Escolas bilíngues e internacionais no Brasil cobram mensalidades de até R$ 12 mil; saiba como funcionam

Crianças participam de atividade na Stance Dual, escola bilíngue em São Paulo — Foto: Divulgação 1 de 1 Crianças participam de atividade na Stance Dual, escola bilíngue em São Paulo — Foto: Divulgação

Crianças participam de atividade na Stance Dual, escola bilíngue em São Paulo — Foto: Divulgação

Se você quiser matricular seu filho em uma famosa escola bilíngue de São Paulo, no centro da cidade, terá de desembolsar 💥️R$ 7.800 por mês (basicamente seis salários mínimos). Caso opte por um colégio com currículo internacional, na zona sul, o investimento será ainda maior: 💥️R$ 172.400 por ano (uma tacada inicial de R$ 25 mil, seguida de 12 parcelas de R$ 12.200).

Até meados de 2023, não havia regras específicas para o funcionamento de instituições dessas modalidades no Brasil. Foi só em julho daquele ano que o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um documento com os requisitos mínimos para que uma escola possa se autodenominar "bilíngue" ou "internacional".

Não pense que basta ter uma horinha de aula de inglês por dia, viu? Entenda abaixo:

"O que se recomenda é que cada disciplina seja conduzida nas duas línguas, uma complementando a outra, sem traduzir ou repetir os conteúdos", explica Rita Ladeia, mestre em linguística aplicada (Unicamp) e especialista em educação bilíngue. Por exemplo: em português, o aluno é apresentado aos conceitos gerais de fração. Depois, em outra aula, em espanhol, ele faz exercícios sobre o assunto.

💥️As normas do Conselho Nacional de Educação, de 2023, não chegaram a ser homologadas pelo Ministério da Educação na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (espera-se que o novo governo analise novamente o documento e o assine, dizem os especialistas ouvidos pelo 💥️g1). Ainda assim, as regras serviram como ponto de partida para que os estados implementassem seus próprios regulamentos.

Por recomendação do CNE, a carga horária da língua adicional deve ser a seguinte:

Luciana Bretano, professora de cursos de especialização de bilinguismo, explica as diferenças:

Rita Ladeia explica que, antes, as grandes escolas internacionais atendiam apenas aos filhos de diplomatas ou de imigrantes. "Hoje, elas acolhem quem tem dinheiro para pagar as mensalidades."

As escolas internacionais tendem a ser mais caras do que as bilíngues. Veja alguns exemplos:

Embora pouco difundido, o sistema de escolas públicas bilíngues existe no Brasil, sim. O Rio de Janeiro, por exemplo, é um dos pioneiros: começou o projeto em 2013.

"Nos próximos anos, provavelmente todos os estados brasileiros terão colégios bilíngues gratuitos. É importante que toda criança brasileira, não só da elite, tenha direito a esse tipo de educação tão transformadora", afirma Rita Ladeia.

Espera-se que os alunos atinjam os seguintes níveis de conhecimento da língua adicional, em escalas do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (padrão internacionalmente reconhecido para mensurar a proficiência em um idioma):

O ideal é que avaliadores externos, de peso internacional, afiram os resultados dos alunos ano a ano.

Observação: pela resolução do CNE, os colégios bilíngues têm a possibilidade de cobrar taxas extras para a adaptação de novos alunos que anteriormente só tenham estudado em instituições monolíngues. Seriam quantias voltadas para aulas extras no contraturno, por exemplo.

Segundo o CNE, os professores das escolas bilíngues/internacionais devem ter concluído:

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