Lula diz estar 'convencido' que portas do Planalto foram abertas para entrada de terroristas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (12) que está "convencido" de que as portas do Palácio do Planalto foram abertas para a entrada de terroristas que depredaram a sede do Poder Executivo no último domingo (8).
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O petista deu a declaração durante café da manhã com jornalistas que fazem a cobertura da Presidência da República em Brasília.
1 de 1 O presidente Lula durante encontro com jornalistas nesta quinta (12) — Foto: Adriano Machado/ReutersO presidente Lula durante encontro com jornalistas nesta quinta (12) — Foto: Adriano Machado/Reuters
Lula afirmou que está "esperando a poeira" dos ataques terroristas "baixar" e que ainda quer assistir às imagens registradas pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
Para o petista, teve "muita gente" da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas que foi "conivente" com os criminosos.
No dia dos atos terroristas em Brasília, Lula editou decreto determinando a intervenção federal na segurança pública do DF. A medida foi aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Após as cenas de destruição em Brasília, a polícia, o governo do DF e as Forças Armadas foram criticados pela atuação diante do vandalismo promovido pelos golpistas.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostram o que parece ser a conivência de policiais com a minoria bolsonarista radical. Em um deles, um grupo de policiais abre passagem e observa enquanto os vândalos invadem o prédio do Congresso.
Depois dos episódios de vandalismo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado da função por 90 dias pelo STF.
Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro, foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do DF e alvo de ordem de prisão. Já o ex-comandante da PMDF coronel Fábio Augusto foi preso.
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Lula também afirmou que pretende fazer uma "triagem profunda" para identificar militares que ocupam cargos no governo e, então, formar um "gabinete civil".
"Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda, porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares, e nós queremos ver se a gente consegue corrigir para que a gente possa colocar funcionário de carreira, de preferência funcionários civis, ou que estavam aqui ou que foram afastados, para que isso aqui se transforme em um gabinete civil", afirmou Lula.
Questionado sobre o aparato de segurança mobilizado em Brasília após os atos terroristas, Lula afirmou que é preciso estar "precavido", porém, sem criar clima de "pânico" na sociedade.
"A gente tem que estar precavido, mas não assustado. A gente tem que ter sempre consciência de que, se acontecer, a gente vai ter que estar preparado. A gente não tem que ficar falando toda hora isso, criando um clima de pânico na sociedade. Eu não me comporto assim", disse.
O presidente voltou a defender a democracia e assegurou que haverá punição aos terroristas.
"Não brinquem com a democracia. A democracia garante o direito de você ter liberdade para tudo, mas ela não lhe dá o direito de ocupar o espaço do outro. Quando tentam fazer isso, estão passando por cima da Constituição. E nós seremos duros, duros em fazer com que a Constituição seja cumprida. Quem vacilar ou brincar, a lei será utilizada para proteger a democracia", declarou.
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