Comlurb remove 6 toneladas de peixes mortos no Canal de Marapendi

A Comlurb removeu 6,24 toneladas de peixes mortos nas margens do Canal Marapendi, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, desde o início da limpeza, que já dura três dias. A companhia de limpeza precisou dobrar o efetivo de garis e atuou com 20 funcionários com o apoio de puçás (uma espécie de rede) e caminhão compactador.

De acordo com especialistas, a mortandade de peixes no Canal Marapendi era uma tragédia anunciada.

A lagoa é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente, que afirma que coletou amostra da água na última sexta-feira (13) e aguarda o prazo de cinco dias para o resultado.

"Eu, como biólogo, entendo a democracia não só para os seres humanos, mas pra todos os nossos parentes vegetais e animais. E quando eu vejo um extermínio desse como biólogo, como cidadão, eu fico revoltado, porque são problemas que poderiam ter sido evitados há 20, 30 anos", diz o biólogo e ambientalista Mário Moscatelli.

Garis removeram peixes mortos da lagoa de Marapendi — Foto: Divulgação/Comlurb 1 de 2 Garis removeram peixes mortos da lagoa de Marapendi — Foto: Divulgação/Comlurb

Garis removeram peixes mortos da lagoa de Marapendi — Foto: Divulgação/Comlurb

"Agora, vamos olhar pra frente. Mas na Constituição, todo mundo fala tanto em democracia atualmente, lá na Constituição diz que o meio ambiente equilibrado, saudável, é pra todo mundo”.

Os peixes mortos começaram a aparecer na última sexta-feira (13). Moscatelli diz que vem denunciando o descaso desde 1992.

"São 40 anos de descaso com o tema saneamento e com o tema ordenação do uso do solo. A cidade cresce de forma desordenada e sem a devida infraestrutura básica, ou seja, nós estamos no século XXI e estamos ainda pensando na universalização do saneamento básico. Alguém tem que pagar essa conta e a conta tem sido paga por quem? Pela natureza, pelas mortandades, pela multiplicação de gigogas, pela multiplicação de cianobactérias, que compromete a qualidade da água e a saúde da população”, fala.

As imagens assustam e reforçam a urgência pela preservação das lagoas da cidade. Muitos peixes ficaram enroscados na vegetação e dificultaram a remoção.

Moradores denunciam a falta de cuidado e descaso. Eles afirmam que a poluição aumentou devido ao despejo de esgoto na água.

“É muito triste, é muito triste. É até difícil de pensar que a gente continua com as mesmas políticas, ninguém tá aí, ninguém quer nem saber, a gente não fala nada sobre isso. Estamos aí vivendo, seguindo e destruindo esse ambiente. Depois a gente não sabe porque que tá chovendo agora em janeiro horrores, porque que esse clima tá alterado”, fala a atriz Giovanna Bosco.

"A cidade é instalada num lugar que é muito delicado, é um ambiente natural muito delicado e a gente tem que lidar com muita atenção. Simplesmente, essa quantidade de esgoto não comporta. Eu não sei se vocês já viram a situação das outras lagoas. A lagoa da tijuca, é realmente uma coisa que é muito abandonada, a situação é muito triste. A gente vê coisas horríveis de lixo, despejo de resíduos que não é pra acontecer né?”, fala a estudante Maria Antônia Pereira Proença.

De acordo com a Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, a tragédia se repetirá em breve.

"O sentimento é de continuar a luta. A gente não vai desistir não. Isso aqui é um recurso enorme pra área de turismo. Você imagina isso aqui tudo sendo navegável, com passeios em todas as lagoas, vai gerar um recurso enorme. E te digo mais: caso nada seja feito, daqui 10 ou 20 anos a gente vai passar ali pela Lagoa e vai ver uma pista de rodagem de carro e vai dizer 'aqui antigamente teve uma lagoa'. Então a coisa é crítica, tem que tomar uma providência”, afirma o diretor da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca Cleo Pagliosa.

Lagoa de Marapendi com peixes mortos boiando — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 2 Lagoa de Marapendi com peixes mortos boiando — Foto: Reprodução/TV Globo

Lagoa de Marapendi com peixes mortos boiando — Foto: Reprodução/TV Globo

"Quem perde? É o meio ambiente, são os moradores, que têm uma área aqui fantástica e vai se degradando cada vez mais. As outras lagoas realmente estão em estado muito crítico. Tem locais aí que tem 10 centímetros de espelho d'água, o resto tá todo tomado pelo lodo. Então, o que que tem que fazer? Tem que retirar esse lodo e tratar”, explica Pagliosa.

O ambientalista Mário Moscatelli lembra que a água é imprópria.

"E se não é saudável para a fauna, para os peixes que morreram, com certeza não é pro ser humano”, diz Moscatelli.

Em nota, a 💥️Iguá Saneamento afirma que a mortandade de peixes acontece há anos por causa da poluição e outros fatores, como a chuva e a temperatura, e que mantém o compromisso com investimentos previstos no contrato.

O 💥️Governo do Estado, por meio de nota, disse que as concessionárias estão fazendo um investimento de cerca de R$ 6 bilhões em projetos de despoluição e revitalização ambiental. Desse valor, R$ 250 milhões serão para revitalizar o complexo lagunar da Barra da Tijuca.

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