Reunião discute atuação do MP para identificar financiadores de atos terroristas em Brasília
Procuradores-gerais de Justiça de diversos estados se reuniram nesta quarta-feira (18) em Brasília com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para discutir como unificar a atuação do Ministério Público na busca pelos financiadores dos atos terroristas do último dia 8.
Na ocasião, vândalos bolsonaristas radicais invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Obras de arte foram danificadas, e móveis e equipamentos, destruídos.
Segundo o presidente do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, Mário Luiz Sarrubo, o objetivo do Ministério Público é identificar "rapidamente" quem financiou os atos.
"A reunião [desta quarta] busca construir uma rotina e um padrão de trabalho unitário em conjunto com o Ministério Público Federal para que rapidamente seja possível apurarmos quem foram os financiadores, quem foram aqueles os que incentivaram, quem são aqueles que estão atentando contra o Estado Democrático de Direito praticando terrorismo no Brasil", declarou Sarrubo.
Questionado se o Ministério Público já tem uma estimativa sobre quantas pessoas financiaram os atos terroristas, Sarrubo disse que são "muitos", mas não apresentou um número.
"São muitos [os financiadores]. Este grupo de trabalho aqui procurará reunir esses dados para que a gente possa ter a dimensão, o tamanho da organização criminosa. Esta é a ideia, [...] entender em termos de Brasil qual o tamanho desta organização criminosa", afirmou.
Mário Sarrubo disse ainda que o MP deve adotar como "diretriz" a troca de informações entre os órgãos estaduais.
Conforme a presidente do Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG), Norma Cavalcanti, como os crimes praticados pelos terroristas são federais, mas há investigações nos estados, os ministérios públicos locais poderão contribuir com as investigações apurando, por exemplo, o conteúdo de celulares e as redes sociais dos terroristas.
"São duas mil pessoas presas. Precisamos de braço para trabalhar. Não é fácil fazer audiência de custódia, coletar provas, DNAs, celulares, redes sociais. É uma busca muito grande de coleta de provas. O que trouxemos hoje aqui para o Ministério Público Federal é mão de obra especializada para que as ações possam ser apresentadas", declarou Norma Cavalcanti.
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