Americanas tem R$ 800 milhões em caixa e admite possibilidade de recuperação judicial

Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1 1 de 1 Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1

Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1

A Americanas publicou fato relevante nesta quinta-feira (19), confirmando informações de que tem recursos reduzidos em caixa e admitindo a possibilidade de iniciar processo de recuperação judicial.

No comunicado, a empresa confirma informação adiantada pelo Pipeline, do jornal "Valor Econômico", de que possui apenas R$ 800 milhões em caixa — uma redução significativa contra os R$ 8,6 bilhões reportados no 3º trimestre de 2022. Segundo relatório da XP Investimentos, o caixa da empresa é equivalente a cerca de 4 meses e meio de despesas com pessoal.

Segundo a Americanas, boa parte do recurso está "injustificadamente indisponível para a movimentação da companhia desde ontem".

A empresa atribui a situação à decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas, a pedido do banco BTG Pactual. O banco é um dos credores mais expostos à dívida da varejista, que identificou 💥️rombo contábil de R$ 20 bilhões na semana passada.

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O bloqueio serviria para que o banco se proteja de um eventual calote da Americanas. O aval foi concedido pelo desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes, da 2ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro. A decisão reverteu uma liminar que havia congelado temporariamente o pagamento das dívidas da varejista e revertido qualquer tentativa de execução por parte dos bancos credores.

A Americanas havia dito que a "atitude unilateral de compensação dos credores contra o caixa da companhia" prejudica a sua viabilidade. Além do BTG Pactual, outros bancos também se adiantaram na cobrança de dívidas por receio de travamento dos pagamentos.

No comunicado desta quinta-feira, a Americanas diz que segue na busca por uma "solução de curto prazo com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos".

💥️Veja abaixo o comunicado da empresa:

A Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões nas primeiras estimativas.

Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa. Como consequência, Sérgio Rial, que tinha acabado de assumir a presidência da companhia, renunciou ao cargo.

O rombo ocorreu por meio de uma operação conhecida como "risco sacado". Essa é uma linha de crédito que envolve a empresa, seus fornecedores e instituições financeiras.

Nessa operação, uma companhia que precisa pagar seus fornecedores entra em contato com uma instituição financeira que, por meio de um acordo, libera o montante necessário para o pagamento. É como se a própria instituição financeira pagasse a conta. A companhia, por sua vez, zera sua dívida com os fornecedores e passa a dever para o banco — e, claro, com a cobrança de juros.

No caso da Americanas, pelo que se sabe até o momento, houve uso do risco sacado nas negociações da empresa, mas as operações não foram registradas de forma correta nos balanços contábeis. Isso gerou dúvidas sobre a solvência da companhia e seu grau de endividamento, trazendo insegurança aos investidores.

Ao divulgar o fato relevante, a empresa afirmou estimar que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial". Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro.

No sábado (14), porém, a companhia divulgou um comunicado informando que a Justiça concedeu uma Tutela de Urgência Cautelar que determina, entre outras medidas, a interrupção de quaisquer cláusulas contratuais que imponham o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. Na decisão, o juiz diz que a dívida da Americanas pode chegar a R$ 40 bilhões.

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