Mãe diz que foi vítima de violência obstétrica e que bebê ficou com paralisia cerebral no hospital onde mulher teve a mão amputa
Bebê teve paralisia cerebral depois de mãe sofrer violência obstétrica — Foto: Arquivo pessoal
💥️Camilla Porto, de 27 anos, afirma que sofreu 💥️violência obstétrica quando foi ter seu filho no 💥️Hospital da Mulher Intermédica Jacarepaguá, onde uma mulher acabou com a mão amputada depois de um parto normal, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital fluminense.
💥️Luca, de 3 anos, nasceu em 2023 e, devido à falta de oxigênio no cérebro durante o parto, ficou com 💥️paralisia cerebral. De acordo com a mãe, durante todo o pré-natal Luca era um bebê saudável.
“Eu tinha plano de saúde, a médica [do 💥️Hospital da Mulher Intermédica Jacarepaguá] acompanhou toda a minha gravidez. Eu queria muito parto normal, mas não ia me opor a uma cesariana caso fosse necessária. Ela sempre disse que eu não ia aguentar a dor, esse tipo de coisa. Ela não queria nem aceitar a entrada da doula”, conta Camilla.
Depois de sentir as primeiras contrações, a jovem conta que acionou a médica, que manteve contato durante todo o tempo. A doula acompanhou a evolução das contrações enquanto ainda não era hora de ir para o hospital e monitorando os batimentos cardíacos do bebê.
“Assim que eu cheguei no hospital, ela botou um soro na minha veia e eu comecei a sentir uma dor absurda. Ela disse que era Buscopan, mas não tinha como ser. A doula falou que deveria ser ocitocina. A dor foi acabando comigo, tirando meu consciente”, relembra a mãe.
Camilla conta que, pouco depois, o parto começou antes do que deveria.
“Eu estava com 9 de dilatação, e ela começou a pedir para eu fazer força, mas ainda não estava na hora. Ela disse que o Luca não estava encaixado, mas na verdade ele não tinha espaço para sair. Ela disse que ia fazer uma manobra e me anestesiar caso precisasse fazer uma cesariana se ele não encaixasse. A gente não sabe o quanto de anestesia ela me deu porque eu parei de sentir tudo, não sentia nem a contração mais", afirma.
Logo depois disso, segundo Camilla, as violências obstétricas começaram.
“Ele entrou no meu canal e começou a ficar sufocado ali. Elas não estavam monitorando o Luca, elas amarraram a minha perna e mandaram eu puxar, mas eu não estava sentindo nada. Nisso minha barriga parou de contrair, foi a hora do desespero total porque significa que a criança está em 💥️sofrimento fetal. Eles viram ali que ele estava sofrendo”.
2 de 5 Mãe foi vítima de violência obstétrica no mesmo hospital em que mulher teve a mão amputada, no RJ — Foto: Arquivo pessoalMãe foi vítima de violência obstétrica no mesmo hospital em que mulher teve a mão amputada, no RJ — Foto: Arquivo pessoal
“No desespero, ela cortou minha vagina para ver se ele saía. Mesmo com anestesia, eu senti e gritei de dor. Ela colocava a mão lá dentro, e eu sentindo dor. E nada de ele sair, ele desmaiado, sem ter o que fazer, sem oxigênio”, narrou.
Conforme Camilla conta, o bebê nasceu desmaiado e sofreu 💥️seis convulsões em seguida. Ele foi colocado em coma induzido e entubado. A mãe só pôde vê-lo no período da noite.
“O parto não foi demorado, mas o tempo que ele passou sem oxigênio causou muitas lesões no cérebro dele. Eles ficaram falando que ele estava bem, que nada tinha acontecido com ele”, afirma a mãe.
3 de 5 Bebê teve escara na cabeça pelas enfermeiras não o trocarem de posição, diz mãe — Foto: Arquivo pessoalBebê teve escara na cabeça pelas enfermeiras não o trocarem de posição, diz mãe — Foto: Arquivo pessoal
Camilla afirma ainda que as violências não foram só no parto, mas durante a internação também. Ela precisou ficar internada por dez dias para tratar de uma infecção pós-parto enquanto Luca passou 38 dias internado.
“Ele ficou em coma induzido por umas três semanas, e as enfermeiras não trocavam ele de posição. Gerou uma escara. Sabe como tratavam? Apenas com uma fita adesiva. Outro dia eu cheguei lá ele estava com o bumbum em carne viva da fralda. Eu saía de lá, ele estava se esgoelando, voltava, ele estava se esgoelando. Meu filho chorando, eu não queria deixar ele lá”, relembra.
4 de 5 Luca tem a cicatriz da escara mesmo depois de 3 anos — Foto: Arquivo pessoalLuca tem a cicatriz da escara mesmo depois de 3 anos — Foto: Arquivo pessoal
Na época do parto, a unidade ainda se chamava 💥️Hospital Amiu Jacarepaguá, porém pouco depois foi comprado e passou a se chamar 💥️Hospital da Mulher Intermédica Jacarepaguá, unidade hospitalar na qual uma mãe que teve seu bebê de forma natural teve a mão amputada depois de erros médicos.
Segundo a mãe, eles só foram saber que o bebê sofreu a paralisia cerebral depois que ele teve alta, mais de um mês depois do nascimento.
“No hospital não falaram nada para a gente, disseram que ele estava bem a todo momento e que ele estava com outras complicações”, afirma.
O processo que a mãe moveu contra a clínica corre sob sigilo.
5 de 5 Camilla Porto compartilha a rotina de tratamentos do Luca nas redes sociais — Foto: Arquivo pessoalCamilla Porto compartilha a rotina de tratamentos do Luca nas redes sociais — Foto: Arquivo pessoal
Depois de tudo isso, Camilla passou a compartilhar a sua rotina nas redes sociais e emocionou milhares de pessoas com a garra dela e do pequeno Luca, que mesmo com paralisia tem tido avanços no seu desenvolvimento.
Em nota, o Hospital da Mulher Intermédica Jacarepaguá afirmou que “tem todo o interesse em colaborar de forma oficial para a elucidação das denúncias somente agora apresentadas”.
“Na hipótese de comprovadas eventuais responsabilidades, os envolvidos serão punidos na forma da lei.”
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