Fitch corta nota de crédito da Americanas
A Fitch Ratings cortou a nota de crédito da Americanas de ‘C’ para ‘D’ e a nota nacional de ‘C(bra)’ para ‘D(bra)’ após a empresa iniciar seu processo de recuperação judicial na quinta-feira (19).
Segundo a agência de classificação de riscos, a nova nota indica que a companhia iniciou processo de recuperação judicial, intervenção administrativa, liquidação ou similar, tornando-se inadimplente em suas obrigações financeiras.
Os analistas Gisele Paolino, Renato Donatti e Martha Rocha escrevem que a nota da Americanas é justificada pela deterioração de sua liquidez, de R$ 8,8 bilhões em setembro para R$ 800 milhões atuais, além da dívida declarada de R$ 43 bilhões.
“Além disso, parte do caixa está bloqueado por instituições financeiras, o que impede que a empresa continue a operar”, comentam.
A Fitch nota que os acionistas da Americanas não conseguiram capitalizar a empresa a tempo de evitar insolvência.
Agora, a Americanas já está no menor patamar da escala de notas de crédito da agência, destacando que o sucesso na conclusão da reestruturação da dívida com credores, que fortaleça a liquidez e a estrutura de capital, podem elevar o rating.
Nesta semana, a agência de classificação de risco Moody’s cortou a nota de crédito da Americanas de ‘Ba2’ para ‘Caa3’ e a colocou sob observação negativa. A nova classificação indica que a empresa está sob risco de crédito muito elevado.
Os analistas Erick Rodrigues e Marcos Schmidt escrevem que a mudança ocorre após a companhia conseguir uma medida cautelar para suspender a cobrança de dívidas por parte dos credores.
Outra agência de classificação de risco, a S&P cortou a nota de crédito da Americanas de ‘B’ na escala global para ‘D’ (default geral) e rebaixou as classificações de emissão das dívidas “senior unsecured” da varejista de “B” para “D”, retirando os ratings de recuperação.
Diante da rápida deterioração de sua situação financeira, a Americanas entrou com pedido de recuperação judicial, ao reconhecer R$ 43 bilhões em dívidas. A companhia solicitou ainda 48 horas para apresentar a lista completa de credores.
O pedido foi aceito horas depois pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que proibiu bancos de usar dinheiro da Americanas para a compensação de dívidas. O único que poderá a fazer isso é o BTG, que obteve decisão favorável ontem na Justiça que permite o bloqueio dos recursos.
Paralelamente, a CVM disse ter sete procedimentos abertos para analisar o caso Americanas, incluindo a conduta dos acionistas Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que têm um terço das ações da companhia.
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