Homem que colocou o pés na mesa de Nancy Pelosi na invasão do Capitólio é condenado por oito crimes

Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP 1 de 1 Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP

Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP

Um homem que participou da invasão ao Capitólio (nome do prédio do Congresso dos Estados Unidos) em 6 de janeiro de 2023 e que ficou famoso por colocar os pés na mesa de Nancy Pelosi (na época, ela era a presidente da Câmara dos Deputados) foi condenado nesta segunda-feira (23) pelo ataque.

O homem, Richard Barnett, é conhecido pelo apelido de Bigo. Um júri o condenou por oito crimes, entre os quais desordem civil e obstrução de um processo governamental. A pena ainda não foi determinada, isso deve acontecer em 3 de maio.

A imagem de Barnett com os pés na mesa de Pelosi fizeram com que ele se tornasse uma das pessoas mais conhecidas no motim do 6 de janeiro.

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Naquele dia, o Congresso fazia uma sessão para certificar a vitória eleitoral de Joe Biden. As pessoas que invadiram o prédio eram apoiadoras de Donald Trump, que perdeu as eleições, e tentavam evitar o processo de certificação da vitória de Biden.

Após o veredito, já fora do tribunal, Barnett afirmou que vai recorrer de sua condenação, que, segundo ele, é injusta. Ele afirmou que o juiz rejeitou seu pedido para transferir seu julgamento de Washington DC para o estado de Arkansas, onde ele vive. Para ele, o júri em Washington DC não é formado por “seus pares”.

Por enquanto, ele vai aguardar a sentença em liberdade.

Barnett, 62, afirmou em seu depoimento na quinta-feira passada que estava procurando um banheiro dentro do Capitólio quando involuntariamente entrou no escritório de Pelosi e encontrou dois fotógrafos de notícias. Ele disse que um dos fotógrafos lhe disse para “agir com naturalidade”, então ele se recostou em uma cadeira e jogou as pernas sobre a mesa.

O advogado de defesa perguntou a Barnett se ele pensou que poderia causar algum problema.

“Eu estava apenas [vivendo] no momento, eu estava apenas seguindo o fluxo neste momento”, disse ele.

O advogado de defesa afirmou que Barnett precisava contar sua versão para que as pessoas soubessem por que ele foi a Washington DC, quais eram suas intenções e o que ele fez na cidade.

Os promotores disseram que Barnett tinha um taser (uma arma de choque) nas calças quando invadiu o Capitólio e invadiu o escritório de Pelosi.

Por causa disso, Barnett foi condenado por entrar e permanecer em prédios ou terrenos restritos com uma arma mortal ou perigosa.

Quando estava no escritório de Nancy Pelosi, Barnett pegou uma carta e escreveu nela um texto que dizia: “Nancy, Bigo esteve aqui”, além de uma mensagem com um palavrão machista. O júri condenou a acusação de roubo por pegar o envelope do escritório de Pelosi.

Antes de deixar o terreno do Capitólio, Barnett usou um megafone para fazer um discurso para a multidão, gritando: "Recuperamos nossa casa e eu ocupei o escritório de Nancy Pelosi!" de acordo com os procuradores.

O homem afirmou que ele foi empurrado para dentro do Capitólio por uma multidão quando ele se aproximava de uma entrada, e que ele chegou a cair de joelhos ao entrar no recinto. Há vídeos que corroboram com esse depoimento.

"Nós não temos escolha!" ele gritou repetidamente ao entrar no Capitólio.

Depois que a polícia ordenou que ele e outros deixassem o escritório de Pelosi, Barnett percebeu que havia deixado sua bandeira americana para trás. Um vídeo capturou Barnett gritando com um policial porque queria recuperar sua bandeira.

Mais de 940 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados ao ataque de 6 de janeiro. Quase 500 se declararam culpados. Barnett é uma das dezenas de réus do motim do Capitólio cujo caso foi a julgamento.

Barnett é um bombeiro aposentado de Gravette, Arkansas. Ele disse que lamenta ter vindo a Washington para o comício.

Enquanto estava em prisão domiciliar no ano passado, Barnett levantou dinheiro cobrando US$ 100 dos doadores por fotos dele com os pés sobre uma mesa.

A promotoria apresentou outra versão: para eles, Barnett planejou a viagem por semanas e veio preparado para atos violentos.

A defesa afirmou que Barnett era apenas um "cara maluco do Arkansas" que não machucou ninguém e não poderia ter machucado ninguém com o taser porque estava quebrada naquele dia.

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