'Me dá vontade de chorar', diz mãe que perdeu filha de 11 anos imprensada por carro alegórico em 2022

Raquel Antunes, de 11 anos, morreu após ter sido imprensada entre poste e carro alegórico; mãe se desesperou e desmaiou ao chegar ao hospital — Foto: Reprodução 1 de 3 Raquel Antunes, de 11 anos, morreu após ter sido imprensada entre poste e carro alegórico; mãe se desesperou e desmaiou ao chegar ao hospital — Foto: Reprodução

Raquel Antunes, de 11 anos, morreu após ter sido imprensada entre poste e carro alegórico; mãe se desesperou e desmaiou ao chegar ao hospital — Foto: Reprodução

O carnaval, que é motivo de alegria para tantos, virou motivo de tristeza para Marcela Portelinha. Ela é mãe de Raquel Antunes da Silva, que morreu aos 11 anos após ter sido imprensada entre um carro alegórico e um poste na dispersão do carnaval de 2022.

O acidente completou nove meses no dia 20 de janeiro. Em conversa com o 💥️g1, Marcela afirmou que a proximidade com o próximo carnaval traz lembranças de sofrimento pela perda da filha:

"Todo mês eu vou no cemitério. Está sendo uma barra. Agora então que está chegando essa praga de carnaval, aí que mexe mais com meu psicológico", relatou.

Marcela reclama que pouco ou nada foi feito sobre o caso após o enterro de sua filha.

Marcela Portelinha desmaiou no Hospital Souza Aguiar ao saber da morte da filha, em abril de 2022 — Foto: Reprodução/GloboNews 2 de 3 Marcela Portelinha desmaiou no Hospital Souza Aguiar ao saber da morte da filha, em abril de 2022 — Foto: Reprodução/GloboNews

Marcela Portelinha desmaiou no Hospital Souza Aguiar ao saber da morte da filha, em abril de 2022 — Foto: Reprodução/GloboNews

Ela diz que não foi procurada pela agremiação, a Em Cima da Hora, nem pela Liga Independente do Grupo A para qualquer solidariedade ou auxílio após o acidente que resultou na morte da filha.

"Até hoje nada. Até agora nada. Não entraram em contato. Eles são desumanos, eles não têm coração. Parece que eles não têm família, não tem filho. A gente pode chamar de monstro, assassino", declarou.

Segundo a Polícia Civil, a investigação está em fase final e 💥️deve ser concluída nos próximos dias.

Em nota, a LigaRJ afirmou que "prestou socorros à vítima até ser encaminhada ao hospital mais próximo."

A tragédia foi na noite de 20 de abril de 2022, durante o desfile da Série Ouro, a divisão de acesso ao Grupo Especial. Segundo o MP, o desfile na Sapucaí desobedeceu normas de segurança.

Algumas testemunhas contaram que Raquel subiu no carro alegórico da Em cima da Hora, que estava parado na rua. Já uma amiga da família disse que a menina estava apenas perto do conjunto.

Quando o veículo começou a ser empurrado, a 200 metros do portão de saída da Apoteose, já na Rua Frei Caneca, Raquel acabou imprensada contra um poste.

Raquel foi internada no hospital Souza Aguiar, onde acabou morrendo dias depois. A mãe da vítima, Marcela Portelinha, que estava grávida na época do acidente, desmaiou ao saber que a filha tinha morrido.

Após o acidente, a Justiça determinou que as escolas de samba façam escolta dos carros alegóricos até os barracões. A decisão do juiz Sandro Pitthan Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acolheu o pedido do Ministério Público estadual.

Em maio, a Polícia Civil realizou a reprodução simulada do acidente. No laudo da reconstituição, peritos apontaram diversas falhas. O relatório foi divulgado em junho de 2022.

O acoplamento, segundo os peritos, foi feito de forma irregular, e sem guias à direita do veículo que pudessem avisar que havia um poste no caminho do carro alegórico. A luminosidade estava baixa no lado direito do caminhão que guinchava o carro.

Várias crianças subiram e desceram do veículo, sem que houvesse alguém que fiscalizasse e tirasse as crianças do carro alegórico.

Marcela relatou que o carro alegórico estava parado após o desfile, na dispersão na rua Frei Caneca, próxima ao Sambódromo.

Carro alegórico envolvido em acidente que causou a morte da menina Raquel, de 11 anos, foi apreendido pela polícia — Foto: Nicolás Satriano/g1 3 de 3 Carro alegórico envolvido em acidente que causou a morte da menina Raquel, de 11 anos, foi apreendido pela polícia — Foto: Nicolás Satriano/g1

Carro alegórico envolvido em acidente que causou a morte da menina Raquel, de 11 anos, foi apreendido pela polícia — Foto: Nicolás Satriano/g1

Segundo ela, a filha parou para tirar uma foto no carro alegórico:

"A gente não vai adivinhar que ele estava com defeito e estava sendo rebocado. A gente não vai adivinhar que o reboque vai puxar o carro, minha filha ia cair e ele vai passar por cima da minha filha. Se a gente soubesse disso, óbvio que não ia ter deixado nem ela tirar a foto".

(Nota: Raquel Antunes foi imprensada entre o carro alegórico e um poste, como comprovam os laudos de reprodução simulada e outros documentos sobre o caso, tanto do Ministério Público quanto da Polícia Civil).

Marcela definiu o sentimento depois dos nove meses desde a morte da filha:

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