Mãe diz que filho sofreu racismo em shopping de Niterói ao ser expulso porque estava descalço
A Polícia Civil está investigando um 💥️caso de racismo em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Dessa vez, 💥️contra um menino de 9 anos, que estava com a mãe ao Shopping Multicenter Itaipu. Ela diz que a criança foi expulsa do local por um segurança só porque estava descalço.
O caso aconteceu no💥️ último sábado (21) quando mãe e filho foram ao local fazer compras. Ambos haviam saído de um projeto oferecido para crianças e adolescentes no Morro da Boa Esperança, que fica a poucos minutos do shopping.
O menino foi até a praça de alimentação para brincar, enquanto a mãe foi ao mercado, que fica dentro do shopping.
"Ele me disse que ao entrar pela porta principal do shopping e eu pela porta lateral pra comprar algumas coisas, ele estava sem camisa. Ele colocou camisa. Quando ele viu o guarda, ele ficou com vergonha, colocou camisa e foi ao meu encontro. Eu já não estava na porta do shopping", conta Ataise Andrade, mãe do menino.
A criança contou que, ao tentar encontrar com a mãe no mercado, foi abordada por um segurança do shopping. Ele teria dito que estava entrando no estabelecimento para encontrar com a mãe, mas não adiantou. Segundo Ataise, o guarda tirou o menino do shopping e o deixou do lado de fora.
A mulher só entendeu que o filho poderia ter sofrido racismo quando as pessoas do shopping começaram a chamá-lo de "o menino descalço".
"Entrei com ele, o segurança falou 'coloca o chinelo que ele vai me complicar'. Lavei os pés e coloquei o tênis. Voltando para o mercado, as pessoas começaram a me abordar: 'esse é o menino descalço'. O senhor falou: 'O guarda colocou pra fora, porque ele estava descalço. Chamou um tom alto e botou ele pra fora", relembrou a mãe do menino.
A mulher registrou o caso na administração do shopping e na 81ª DP (Itaipu). Ela também procurou o Conselho Tutelar de Niterói.
"O Conselho já acionou o shopping pedindo esclarecimentos em relação ao acontecido. O procedimento que deveria ter tomado seria acompanhar a criança até o responsável porque sabia onde ela estava, jamais expulsar a criança. Se fosse loirinha, de 9 anos, teria a mesma atitude ao invés de acompanhar? Fica a questão", disse o conselheiro tutelar Erick Sant'Anna.
A administração do shopping disse que após o registro de ocorrência no Serviço de Atendimento ao Cliente, abriu um procedimento interno para averiguar os fatos.
A empresa disse que respeita as Normas de Proteção aos Direitos da Criança e repudia qualquer forma de discriminação.
Enquanto isso, o menino que tinha o shopping como lugar favorito, não quer mais frequentar o lugar e nem mesmo sair de perto da mãe.
"Eu me senti incapaz de defender, de proteger. Virou um pesadelo. Ele está sendo acompanhado pelo Conselho (Tutelar), precisa levar no psicólogo, tem várias perguntas e nenhuma resposta. Ele falou: 'Mãe se eu fosse mais branco, eu entraria? Eles não falariam nada?' O que vou responder? O que eu digo como mãe? Como mulher negra? Não tenho. Eu fico sem resposta", contou a mulher.
O delegado que investiga o caso já solicitou as imagens do circuito de segurança do shopping e vai ouvir o segurança e as testemunhas.
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