SP teve 146 pessoas resgatadas do trabalho análogo à escravidão em 2022, segundo dados do ministério
Cento e quarenta e seis trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em São Paulo, em 2022. Desse total, 72 eram imigrantes, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego divulgados esta semana para lembrar o dia 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
O estado é o quinto no ranking das vítimas resgatadas pela inspeção que é feita pelo Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal. Os trabalhadores estrangeiros eram: 35 paraguaios, 12 venezuelanos e 25 bolivianos que foram localizados em fazendas de mandioca e laranja, além de confecções de roupa e pequenas fábricas têxteis.
O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi criado em homenagem a três auditores fiscais e um motorista que foram assassinados em 28 de janeiro de 2004 quando iam fazer uma inspeção em uma fazenda na região de Unaí, em Minas Gerais. O episódio ficou conhecido como 💥️Chacina de Unaí.
No total do país, os auditores-fiscais do trabalho resgataram 2.575 trabalhadores que estavam sendo explorados - um aumento de 31% no número de vítimas em relação a 2023 e de 127% na comparação com 2023, antes da pandemia.
Em apenas em três estados não foram constatados casos de escravidão em 2022: 💥️Alagoas, Amazonas e Amapá.
O estado com mais registros segue sendo Minas Gerais, com 1.070 trabalhadores resgatados. Desde 2013, Minas Gerais lidera o ranking.
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Diferentemente de 2023, 2023 e 2023, onde os maiores resgates de trabalhadores em um único estabelecimento ocorreram no entorno do Distrito Federal, o maior resgate em 2022 foi em Varjão de Minas (MG). Duzentos e setenta e três trabalhadores estavam em uma fazenda de cana-de-açúcar em condições degradantes, segundo os fiscais.
A maioria dos trabalhadores resgatados em 2022 eram homens negros e nordestinos, mas foram encontradas também 35 crianças. Esse número representa uma queda de quase metade do número registrado em 2023. Desse total, 10 eram menores de 16 anos e 25 tinham entre 16 e 18 anos no momento do resgate.
Eles estavam sendo explorados principalmente na zona rural, em fazendas de produção de cana-de-açúcar. Mas também havia crianças sendo exploradas em atividades esportivas, produção florestal, atividades de apoio à agricultura, cultivo de arroz, cultivo de coco-da-baía, criação de bovinos, fabricação de produtos de madeira, produção de carvão vegetal, cultivo de soja e confecção de roupas
No ranking dos estados, aparecem em seguida Goiás e Piauí --no primeiro foram resgatados 271 trabalhadores e no segundo, 180. Logo depois estão Rio Grande do Sul e São Paulo, com 156 e 146 trabalhadores resgatados, respectivamente.
Um grande aumento de casos de trabalho escravo doméstico vem sendo registrado desde 2023, quando 31 vítimas foram resgatadas. Em 2022, foram 30 vítimas de trabalho escravo doméstico resgatadas em 15 estados.
Na Bahia estava o maior número: 10 vítimas. Em seguida aparece a Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco, com 3 casos cada.
Desde 1995, quando foi iniciada a política pública de combate ao trabalho escravo, mais de 60 mil trabalhadores foram resgatados no país e mais de R$ 127 milhões de reais recebidos a título de verbas salariais e rescisórias durante as operações.
Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, no site. Em 2022 o Sistema Ipê recebeu 1.654 denúncias --um aumento de 66% em relação ao ano anterior.
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