Governador de Roraima diz que garimpos não são responsáveis por crise Yanomami e quer auxílio federal para garimpeiros saírem da

Fantástico mostra a tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami — Foto: Fantástico/ Reprodução 1 de 2 Fantástico mostra a tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami — Foto: Fantástico/ Reprodução

Fantástico mostra a tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami — Foto: Fantástico/ Reprodução

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), disse em entrevista ao 💥️g1 que os garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami não são os responsáveis pela atual crise sanitária e defendeu que o governo federal crie alternativa de rendas para que os garimpeiros possam ser retirados do território.

A posição do governador contraria autoridades locais, como o Ministério Público Federal (MPF), líderes indígenas, organizações como a Hutukara Associação Yanomami, ambientalistas e o Ministério da Saúde que afirmam que a maior causa para se chegar ao atual caos sanitário da reserva foi o avanço do garimpo, frente à💥️ omissão do estado brasileiro em assegurar a proteção do território e, consequentemente, aos Yanomami.

Segundo a estimativa da Hutukara Associação Yanomami, cerca de 20 mil invasores estão atuando com o garimpo na terra indígena. O volume é uma ameaça a população, que está em cerca de 30 mil.

Em entrevista, Denarium defendeu a atividade garimpeira como fonte de renda para as pessoas que estão no território e afirmou que o governo precisa dialogar com os garimpeiros.

O governador disse ainda que não apoia a atividade de forma ilegal, como é feita no território Yanomami. No entanto, 💥️em seus últimos quatro anos de gestão não foram adotadas medidas que freassem a atividade ilegal no local.

Denarium, que é bolsonarista e pró-garimpo, sancionou duas leis que beneficiavam a atividade no primeiro mandato, enquanto a saúde Yanomami se agravava no território nos últimos quatro anos. Nos dois casos, as matérias foram consideradas inconstitucionais e barradas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre as recentes ações do Governo Federal no território Yanomami disse que o estado de Roraima como um todo precisa de suporte. "Não somente dos Yanomami, é de toda a população do estado de Roraima que precisa do atendimento e uma atenção melhor do Governo Federal", disse.

Denarium ainda defendeu que as comunidades indígenas querem se aculturar -- ou seja, se adaptar fora da cultura Yanomami -- e que além de saúde e educação, eles querem carros.

"As comunidades indígenas, os povos indígenas, também têm o desejo de evoluir e ter o seu trator, ter o seu carro, ter parabólica, atendimento de saúde, eles querem também uma educação de boa qualidade. Aqui, em Roraima, nós temos indígenas que são médicos, advogados, professores".

Conheça a terra Yanomami — Foto: Arte/g1 2 de 2 Conheça a terra Yanomami — Foto: Arte/g1

Conheça a terra Yanomami — Foto: Arte/g1

Após várias imagens e relatos de avanço de doenças na Terra Yanomami, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para combater desassistência de indígenas no território.

O governo federal também criou o Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população.

O plano de ação deve ser apresentado no prazo de 45 dias, e o comitê trabalhará por 90 dias – prazo que pode ser prorrogado.

Após visitar a Terra Indígena, o secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, disse que o cenário é de guerra e planeja instalar dentro do território um hospital de campanha para atender os inúmeros indígenas doentes.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que esteve em Roraima com Lula, determinou abertura de inquérito policial para apurar o crime de genocídio e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami.

Na quarta-feira (25), a Polícia Federal abriu inquérito para investigar se houve crime de genocídio e omissão de socorro na assistência dada pelo governo federal aos Yanomami. A investigação foi aberta a pedido de Dino e vai tramitar em Roraima. Na sexta, foram feitas diligências na Casai.

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