Candidato do PSOL à presidência da Câmara, Chico Alencar diz que governo pode pagar 'caro' por apoio do PT a Lir
O deputado eleito Chico Alencar (PSOL-RJ), que tenta a presidência da Câmara. — Foto: Raoni Alves/g1
O deputado eleito Chico Alencar (PSOL-RJ), candidato a presidente da Câmara, afirmou nesta segunda-feira (30 ) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode pagar "caro" pelo apoio do PT ao atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que tenta a reeleição.
Alencar deu a declaração ao conceder entrevista ao "Estúdio i", da GloboNews, e foi questionado sobre uma entrevista para o jornal "O Globo" na qual disse que Lula pagará "caro" porque, "quanto mais votos ele [Lira] receber, mais poder de barganha terá". A votação está marcada para a próxima quarta (1º).
"É isso que eu digo, que o preço pode ser caro para o governo. Quanto menos votos o Lira tiver, melhor para o Lula, do ponto de vista da governabilidade", afirmou Chico Alencar.
"É nesse sentido que eu falei: o preço pode ser alto para o governo", acrescentou o deputado.
Na avaliação de Chico Alencar, o presidente Lula é um "belo negociador" e poderia governar "contendo" o chamado Centrão.
Lira é um dos principais articuladores políticos do grupo informal de partidos conhecido como Centrão, que reúne, por exemplo, PP, União Brasil e PSD, legendas de centro que costumam ocupar cargos nos governos.
Para Chico Alencar, se Lira obtiver de 400 a 450 votos, poderá pedir ministérios a Lula.
"É assim que a banda toca", afirmou o candidato do Psol à presidência da Câmara.
Em busca da reeleição, Arthur Lira organizou nas últimas semanas a formação de um bloco que uniu legendas como o PT do presidente Lula, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de MDB e União Brasil.
Também realizou um jantar com deputados de diversos partidos, entre os quais Guilherme Boulos (PSOL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), Maria do Rosário (PT-RS) e Rosângela Moro (Republicanos-SP), além de reuniões com bancadas estaduais.
Na Câmara, deputados dão como certa a vitória de Lira na próxima quarta-feira.
Alencar criticou o aumento do auxílio-moradia e outras verbas destinadas ao exercício do mandato parlamentar promovida por Lira às vésperas da eleição para a presidência da Câmara.
Um ato da Mesa Diretora da Câmara aumentou os valores a que os deputados têm direito para custear despesas com o mandato, como o auxílio-gasolina entre outras rubricas.
“Aumentar o auxílio-moradia para R$ 8 mil. Dá uma boa casa, é uma demasia. Aumentar essas benesses, ou esses atributos de exercício do mandato, acima da inflação do período, é errado", afirmou.
“Por que se faz agora? Aliás, foi um adicional há três dias. É para conquistar votos. É a forma pequena de fazer política. Isso a gente repudia. A gente não acha bom para a própria política. A credibilidade fica caída”. disse Alencar.
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