Justiça adia novo júri de acusado de matar filha de 4 anos por asfixia em 2015; primeiro julgamento foi anulado

Ricardo Krause é acusado de matar a filha, Sophia (no detalhe, à esquerda) — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 2 Ricardo Krause é acusado de matar a filha, Sophia (no detalhe, à esquerda) — Foto: Reprodução/TV Globo

Ricardo Krause é acusado de matar a filha, Sophia (no detalhe, à esquerda) — Foto: Reprodução/TV Globo

O júri do autônomo Ricardo Krause Esteves Najjar, acusado de matar a filha Sophia Kissajikian Cancio Najja, de 4 anos, em 2015, que aconteceria nesta segunda-feira (30) foi adiado para maio. O julgamento que o havia condenado a 24 anos e 10 meses de prisão, em 2018, foi anulado em 2023 💥

Segundo apurado pelo 💥️g1, o novo júri será nos dias 24, 25 e 26 de maio, às 13h. No dia 18 deste mês, o advogado Roberto Estevão, de 64 anos, um dos responsáveis pela defesa do acusado, passou por uma cirurgia de aneurisma abdominal e ainda se recupera do procedimento.

O réu chegou a escrever para o juiz uma carta dizendo que seria necessário tê-lo na defesa, assim como no primeiro júri, que foi anulado.

A previsão é que sejam ouvidas 12 testemunhas no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste.

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O crime foi registrado em dezembro de 2015, no Jabaquara, Zona Sul de SP. A criança foi encontrada asfixiada com um saco plástico na cabeça. Na época, a defesa do pai alegou que se tratou de um "acidente doméstico" no qual a criança estava brincando com o saco. Ele foi preso em 2017.

Em 2018, Ricardo foi julgado e condenado a 24 anos e 10 meses de prisão por homicídio doloso, quando há intenção de matar, duplamente qualificado. Ele também foi condenado pelos jurados por fraude processual, por ter alterado a cena do crime. Na época, ele estava preso na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba.

Em setembro de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo divulgou que havia anulado o júri que condenou o autônomo.

Autônomo Ricardo Krause Esteves Najjar foi condenado por matar filha — Foto: Reprodução TV Globo 2 de 2 Autônomo Ricardo Krause Esteves Najjar foi condenado por matar filha — Foto: Reprodução TV Globo

Autônomo Ricardo Krause Esteves Najjar foi condenado por matar filha — Foto: Reprodução TV Globo

Os desembargadores que integravam a 12ª Câmara Criminal de São Paulo entenderam, por decisão unânime, que o julgamento realizado pelo júri que condenou Krause em 2018 era nulo devido à "contradição dos quesitos dos jurados". Os magistrados determinaram a liberdade provisória do réu, que aguarda o novo julgamento em liberdade.

A defesa de Krause, o advogado Antonio Ruiz Filho, comemorou a decisão na época, afirmando ser "justa", após "ele aguardar tanto tempo preso pelo julgamento" e pela inconsistência na resposta dos jurados sobre a qualificadora do crime por meio de execução cruel, com o uso de asfixia, já que um dos jurados, segundo o advogado, mudou de opinião durante o julgamento dos quesitos.

Os desembargadores entenderam que, como ele esperou por um julgamento preso, ele deveria ser posto em liberdade para aguardar pelo novo júri.

Menina Sophia morreu asfixiada em SP; pai é acusado pelo crime — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 2 Menina Sophia morreu asfixiada em SP; pai é acusado pelo crime — Foto: Reprodução/TV Globo

Menina Sophia morreu asfixiada em SP; pai é acusado pelo crime — Foto: Reprodução/TV Globo

A menina morava com a mãe, mas passava alguns períodos com o pai. Foi no apartamento de Krause, na Zona Sul de São Paulo, que ela morreu asfixiada com uma sacola plástica na cabeça.

Peritos e investigadores vasculharam duas vezes o apartamento, no primeiro andar de um prédio, no Jabaquara, e não encontraram sinal de que havia outra pessoa no lugar além da menina e do pai no dia do crime. Não havia sinais de arrombamento.

A namorada de Ricardo e a irmã dela, que também moravam no apartamento, disseram para a polícia que não estavam em casa no dia do crime. Ricardo foi preso, dois dias depois, no velório da filha.

Os exames do Instituto Médico Legal concluíram que a criança apresentava manchas roxas pelo corpo, o tímpano rompido e uma lesão na parte interna da boca. O pai de Sophia sempre se disse inocente e contou à polícia que tomava banho e, quando saiu, encontrou a filha com uma sacola na cabeça sem respirar.

Um ano depois da prisão de Ricardo, em dezembro de 2016, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltá-lo. Em sua decisão, ele considerou haver “excesso de prazo” na prisão temporária – decretada antes da condenação para preservar as investigações ou evitar novos crimes.

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