Sistema milionário de câmeras não gravou fuga de Bangu porque faltou energia e gerador não funcionou, dizem agentes

Em 2023, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) investiu 💥️R$ 28 milhões em um 💥️sistema para monitorar os presídios do Rio de Janeiro, que foi considerado o único do país.

No entanto, a proteção não foi capaz de impedir a fuga de três presos de altíssima periculosidade da Penitenciária Lemos Brito, que fica dentro do Complexo de Gericinó (Bangu), na madrugada desse domingo (29). Ninguém viu nada.

Entre os presos que deixaram a cadeia está Jean Carlos Nascimento dos Santos, o Jean do 18, que chefiou o tráfico do Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte. Ele estava preso desde 2017.

Além de Jean, também fugiram Lucas Apostólico da Conceição, conhecido como Índio do Jardim Novo, e Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho da Merindiba — também classificados como presos de alta periculosidade.

Local por onde os detentos fugiram — Foto: g1 Rio 1 de 3 Local por onde os detentos fugiram — Foto: g1 Rio

Local por onde os detentos fugiram — Foto: g1 Rio

Os agentes que estavam de plantão disseram que a tecnologia cara e inovadora falhou porque houve uma chuva forte e faltou energia. 💥️Mas, as câmeras de segurança não tinham bateria?

Um agente que trabalhou na unidade contou à reportagem do 💥️RJ2 que o presídio tem um gerador, mas que está com problemas faz tempo. Toda vez que acaba a energia, o equipamento - que fica no telhado - precisa ser armado manualmente.

Por nota, a Light - concessionária de energia - desmentiu os plantonistas da Seap. A empresa informou que "não registrou falta de energia no local no sábado".

Bandidos serraram as grades antes da fuga — Foto: g1 Rio 2 de 3 Bandidos serraram as grades antes da fuga — Foto: g1 Rio

Bandidos serraram as grades antes da fuga — Foto: g1 Rio

Jean, Marcelinho e Índio conseguiram fugir com a ajuda de uma corda feita com lençóis (teresa) jogada ao lado da base do Serviço de Operações Especiais, nos fundos do complexo de presídios. Ali fica um lixão, por onde os três fugiram.

Quando os três presos fugiram, apenas sete agentes penitenciários tomavam conta da unidade que tem 700 detentos. A fugo só foi descoberta horas depois.

Em 2023, o 💥️RJ2 mostrou que um outro detento, Wilton Quintanilha, o Abelha, homem apontado como o presidente de uma das facções criminosas mais violentas do Rio, saiu pela porta da frente do Presídio Vicente Piragibe, também em Bangu, mesmo tendo mandados de prisão pendentes.

Na saída, ele chegou a cumprimentar o então secretário de Administração Penitenciária na época, Rafael Montenegro.

Maria Rosa Lo Duca Nebel, atual secretária da Seap, disse que os problemas nas unidades são antigos e que apura como os três presos conseguiram fugir desse jeito.

"Ontem, agentes da Corregedoria, da Inteligência e do Operacional estiveram na unidade das 8h às 20 da noite pra tomar todas as providências cabíveis pra que os presos entendam que o estado estará presente sim", disse Maria Rosa, que completou:

A Seap disse que fez uma vistoria geral na unidade e já interrogou inspetores de Polícia Penal e detentos. Quinze presos foram transferidos para o Presídio de Segurança Máxima Bangu 1.

Local onde estavam os três presos — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 3 Local onde estavam os três presos — Foto: Reprodução/TV Globo

Local onde estavam os três presos — Foto: Reprodução/TV Globo

Os💥️ 7 policiais penais que estavam de plantão foram afastados. Eles prestaram depoimento na Corregedoria da Seap e devem ser ouvidos também pela Polícia Civil, que abriu um inquérito pra investigar como os detentos fugiram sem serem notados.

Peritos estão analisando um celular encontrado em uma das celas dos detentos. A polícia tenta recuperar ligações, mensagens apagadas ou qualquer informação que dê pistas dos fugitivos.

Enquanto isso, parentes de presos que estão na unidade denunciam que as visitas forma suspensas e que detentos foram agredidos durante a vistoria festa nesse domingo.

"Eles foram espancados, eles tiveram água cortada. E eles tão sendo massacrados por uma coisa que eles não têm nada com isso. Que cobrem dos responsáveis, de quem tem que ser cobrado, não é dos que estão ali pagando pelo erro que eles cometeram", contou a mãe de um preso.

Nesta segunda-feira (30), a polícia fez uma operação na Vila Vintém, na Zona Oeste, para localizar os fugitivos.

A Seap disse que todas as informações obtidas até o momento fazem parte de uma sindicância para apurar as circunstâncias da fuga. A pasta disse também que a Polícia Civil também está investigando o caso. A Vara de Execuções Penais (VEP) também abriu uma sindicância.

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