Ibovespa fecha em queda, à espera do Copom
Mercado acompanha a Bolsa de Valores de São Paulo (B3). — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta quarta-feira (1º), na medida em que investidores repercutiam o novo aumento da taxa de juros nos Estados Unidos por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e seguiam à espera da decisão do BC brasileiro.
Ao final do pregão, o Ibovespa recuou 1,20%, a 112.073 pontos. Veja mais cotações.
O movimento foi puxado principalmente pelas blue chips (ações de maior liquidez da bolsa). Além da queda dos papéis do setor financeiro, segmento de maior participação no Ibovespa, as ações da Petrobras e da Vale também tiveram perdas.
No dia anterior, o índice subiu 1,03%, a 113.430 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular uma perda de 0,22% na semana. No ano, no entanto, ainda tem ganhos de 2,13%.
WebstoriesO principal destaque desta quarta-feira (1º) ficou com as decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do Banco Central do Brasil.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve anunciou uma elevação de 0,25 ponto percentual em suas taxas básicas, elevando-as para entre 4,5% e 4,75%.
Em entrevista coletiva após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que se a economia dos EUA atender às expectativas, é improvável que o BC norte-americano consiga fazer cortes de juros ainda em 2023. A perspectiva atual aponta para um crescimento mais lento da atividade no país, com ganhos modestos no desemprego e um ritmo devagar de declínio na inflação.
Além disso, dados econômicos norte-americanos também ficam no radar. Por lá, a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos aumentou bem menos do que o esperado em janeiro, sugerindo algum arrefecimento no mercado de trabalho. O emprego privado aumentou em 106 mil postos no mês passado, contra a previsão de economistas ouvidos pela Reuters de 178 mil vagas.
Já por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia, a partir das 18h30, a decisão sobre a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, a ser praticada até 22 de março de 2023. Segundo pesquisa realizada pelo Valor PRO junto a 106 instituições financeiras consultadas, há unanimidade de permanência da taxa.
Jaiana Cruz, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, acredita que a queda da Selic possa se tornar realidade somente a partir do segundo semestre de 2023, "porque o cenário continua repleto de incertezas".
"À medida que começarmos a ver uma inflação menor, o BC vai atuar para que a taxa de juros seja compatível. Mas hoje temos um cenário de riscos fiscais e, até que a gente veja a inflação melhorando de fato, acredito que a estratégia seguirá sendo a de manutenção de juros", prevê Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.
Investidores seguem também de olho nas eleições internas no Congresso nesta semana e para os próximos passos do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Além disso, a Americanas ainda segue em foco. A B3 informou a saída das ações da empresa de seus índices depois do anúncio da recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões. Apesar da exclusão dos índices acionários da B3, as ações da companhia continuam sendo negociadas, e subiam mais de 30% nesta quarta. Na semana, a alta é de 45,83%. No ano, no entanto, a queda é de 81,87%.
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