Dólar sobe e fecha acima de R$ 5,10, com dados econômicos e Lula no radar

Dólar — Foto: Pixabay 1 de 1 Dólar — Foto: Pixabay

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O dólar recuperou o fôlego e voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (3), fechando acima de R$ 5,10 depois de dias consecutivos de baixa. Investidores monitoraram a divulgação de dados econômicos locais e no exterior e repercutiram falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 2,05%, negociada a R$ 5,1476. Veja mais cotações.

Na quinta-feira (2), a moeda norte-americana recuou 0,32%, a R$ 5,0444, a menor cotação de fechamento desde 29 de agosto de 2022. No decorrer do dia, no entanto, a queda foi mais acentuada e a moeda chegou a ser negociada abaixo dos R$ 5 pela primeira vez desde junho.

💥️Com o resultado de hoje, o dólar fechou com um ganho acumulado de 0,72% na semana e de 1,47% no mês. No ano, no entanto, ainda tem perda de 2,47%.

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Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da produção industrial do país em dezembro. No último mês do ano, a variação foi nula. Com o resultado, a indústria nacional encerrou o ano de 2022 com queda de 0,7%.

Além disso, também pesou contra o real neste pregão as falas do presidente Lula em relação ao Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista, o chefe do executivo disse que vai esperar o fim do mandato de Roberto Campos Neto, presidente do BC, para avaliar a independência da instituição.

Nesta sexta-feira (3), o líder governista no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), afirmou que a autonomia do Banco Central não está na pauta do governo e que o presidente Lula não pediu a elaboração de uma proposta legislativa para reverter a independência formal do BC.

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulgou que foram criadas 517.000 vagas de emprego em janeiro, muito mais do que o esperado. Já a taxa de desemprego caiu para o nível mais baixo desde 1969.

A moeda americana vinha de uma sequência de desvalorizações por conta da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que na quarta-feira (1°) elevou a meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma desaceleração em relação a aumentos anteriores de 0,50 e até 0,75 ponto.

Além disso, também na quarta o BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para que a autoridade monetária atinja suas metas, sugerindo taxas altas por mais tempo.

Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável.

Desta forma, a manutenção da Selic no nível elevado atual e um arrefecimento do aperto monetário do Fed jogam a favor da divisa brasileira.

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