Guardião do Horto alerta para a necessidade de preservação do Rio dos Macacos

Há mais de 20 anos, Roberto Fonseca trabalha incessantemente pela preservação de um pedaço importante da natureza no Horto, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O Rio dos Macacos, que passa pela região, tem papel fundamental no cuidado com o meio ambiente.

O esforço de Roberto, ou simplesmente Beto, começou ao observar como as pessoas tratavam as margens do rio.

“Eu faço esse trabalho desde 2001, no rio. Já vem de família. O irmão do meu avô, Folha Seca, também já tratava do Rio dos Macacos. A área era cuidada e chegava aos lagos do Jardim Botânico. Então, vindo desse DNA e gostando da natureza, comecei a fazer o trabalho de retirada dos resíduos e fazer uma educação ambiental com os moradores”, afirmou Beto.

Ele registra os danos causados pelas ações dos homens, mas também festeja as pequenas vitórias, como quando aparece uma capivara no local.

O Rio dos Macacos é o principal da bacia hidrográfica da Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais pontos turísticos da capital fluminense.

Ao longo dos anos, Beto se tornou a principal referência da região em assuntos ambientais.

“Tem uma jiboia na casa da minha mãe”, liga um morador, apreensivo.

Com uma caixa de transporte, Beto foi até o local e resgatou o animal. A família estava presa dentro de casa.

“Estava saindo com a minha filha e dei de cara com ela [a jiboia]. A primeira pessoa em quem eu pensei foi ele”, contou o morador, aliviado.

Com o animal preso com cuidado, Beto caminhou tranquilamente até encontrar o ponto ideal da Floresta da Tijuca para devolver a jiboia à natureza.

Após ser capturada na casa de morador do Horto, jiboia é solta na Floresta da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo 1 de 2 Após ser capturada na casa de morador do Horto, jiboia é solta na Floresta da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo

Após ser capturada na casa de morador do Horto, jiboia é solta na Floresta da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo

Com o passar do tempo, Roberto recebeu a ajuda de amigos na criação do projeto “Horto Natureza”, que leva educação ambiental para estudantes de escolas públicas. A iniciativa conta com vários colaboradores e tem uma horta, que leva o nome de um professor de biologia de uma unidade de ensino da região: Professor Walter.

O que é produzido na horta serve aos moradores. Atualmente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro tem uma parceria com a Associação de Moradores do Horto. Juntos criaram os “guardiões do rio”

“É muito importante para mostrar que aqui, os moradores do Horto preservam o local. Se a gente não estivesse aqui, quem faria esse trabalho?”, afirmou Fábio Dutra Costa, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Horto.

Objetos antigos, que pertenciam a uma colônia que existia na região, foram encontrados no leito. Todos eles foram reunidos e fazem parte de um pequeno museu.

O reconhecimento impulsiona Beto, para que o trabalho de conscientização sobre a importância do Horto chegue, cada vez mais, a outros guardiões da natureza.

Roberto Fonseca, o Beto, se dedica ao cuidado com a região do Horto, na Zona Sul do Rio, desde 2001 — Foto: Reprodução/ TV Globo 2 de 2 Roberto Fonseca, o Beto, se dedica ao cuidado com a região do Horto, na Zona Sul do Rio, desde 2001 — Foto: Reprodução/ TV Globo

Roberto Fonseca, o Beto, se dedica ao cuidado com a região do Horto, na Zona Sul do Rio, desde 2001 — Foto: Reprodução/ TV Globo

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