Multidão de dinamarqueses protesta nas ruas contra possível fim de feriado nacional
Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (5) em Copenhague contra o projeto do governo dinamarquês de abolir um feriado para ajudar a aumentar os gastos com Defesa, em meio à guerra na Ucrânia.
"É uma proposta totalmente injusta", disse Lizette Risgaard, líder da central sindical FH, que organizou a manifestação e conta com 1,3 milhão de filiados no país, de quase 6 milhões de habitantes.
1 de 2 Multidão se concentra neste domingo (5) na Praça Christiansborg, diante do Parlamento dinamarquês em Copenhague, para protestar contra o plano do governo de abolir um feriado nacional com o objetivo de financiar o orçamento da defesa do país — Foto: Emil Helms/Ritzau Scanpix via AFPMultidão se concentra neste domingo (5) na Praça Christiansborg, diante do Parlamento dinamarquês em Copenhague, para protestar contra o plano do governo de abolir um feriado nacional com o objetivo de financiar o orçamento da defesa do país — Foto: Emil Helms/Ritzau Scanpix via AFP
Os manifestantes - entre 40 mil e 50 mil, segundo a polícia e os organizadores - se concentraram em frente ao Parlamento. Cerca de 70 ônibus trouxeram manifestantes de várias partes do país.
O governo de coalizão dinamarquês, liderado pela primeira-ministra social-democrata, Mette Frederiksen, quer suprimir um feriado religioso que existe desde o século XVII, a fim de usar o dinheiro gerado para aumentar o orçamento da Defesa para 2% do PIB em 2030, três anos antes do previsto, e para cumprir a meta da Otan.
2 de 2 Multidão se concentra neste domingo (5) na Praça Christiansborg, diante do Parlamento dinamarquês em Copenhague, para protestar contra o plano do governo de abolir um feriado nacional com o objetivo de financiar o orçamento da Defesa do país — Foto: Emil Helms/Ritzau Scanpix via AFPMultidão se concentra neste domingo (5) na Praça Christiansborg, diante do Parlamento dinamarquês em Copenhague, para protestar contra o plano do governo de abolir um feriado nacional com o objetivo de financiar o orçamento da Defesa do país — Foto: Emil Helms/Ritzau Scanpix via AFP
O Executivo, formado por partidos de esquerda e direita, insiste em que a medida é necessária devido ao novo contexto militar decorrente da invasão russa à Ucrânia, mas os sindicatos consideram que a medida viola os acordos salariais negociados com o governo.
"Na próxima vez que o Parlamento disser que é necessário mais dinheiro, eles irão eliminar outro feriado ou algum domingo", alegou a líder sindical Lizette Risgaard. "Não acredito que o dinheiro para a guerra sirva para fazer a paz", disse Kurt Frederiksen, chefe do ramo de hotéis e restaurantes no sindicato 3F.
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