Ponto a ponto: entenda o caso do balão misterioso no espaço aéreo americano e a crise diplomática entre EUA e China
Imagem feita do solo mostra a parte de baixo do balão chinês durante atividade de caça americano para destruir o objeto — Foto: Chad Fish via AP
Um balão chinês misterioso apareceu nos céus do estado de Montana (EUA) na última quinta-feira (2). Desde então, China e Estados Unidos passam por uma crise diplomática para entender quais as causas e os motivos do balão ter invadido o espaço aéreo americano.
Os dois países já apresentaram suas versões sobre o ocorrido. Enquanto os EUA acreditam que era um balão de espionagem, a China alega ser um instrumento meteorológico que desviou da sua rota e viajou até o território americano.
Entenda, a seguir, o que se sabe sobre a crise diplomática entre os dois países.
2 de 6 Vista aérea do Pentágono, nos EUA, de 3 de junho de 2011 — Foto: Charles Dharapak/Arquivo/AP Photo
Vista aérea do Pentágono, nos EUA, de 3 de junho de 2011 — Foto: Charles Dharapak/Arquivo/AP Photo
Na última quinta-feira (2), os EUA divulgaram oficialmente que haviam detectado o balão, que, naquele momento, sobrevoava o estado de Montana. Em comunicado, o Pentágono (sede da defesa dos EUA) disse que o balão estava em território americano já há alguns dias e que vinha sendo monitorado pela aeronáutica.
Um balão, com a parte superior branca e um aparato tecnológico acoplado na parte de baixo. Não há confirmações sobre o que era o mecanismo eletrônico e qual seria sua função.
3 de 6 Balão voa no céu sobre Billings, Montana, em fotografia obtida das mídias sociais. — Foto: Chase Doak via REUTERS
Balão voa no céu sobre Billings, Montana, em fotografia obtida das mídias sociais. — Foto: Chase Doak via REUTERS
Mesmo com caças, drones e satélites disponíveis, o governo americano alega que a China teria utilizado o balão para espionagem. Uma possível explicação para isso é a de que os balões são mais baratos e, por voarem em baixa velocidade, podem patrulhar detalhadamente a região que o remetente deseja analisar.
Para alguns especialistas, a ideia é justamente mostrar aos EUA que, apesar de estarem estreitando laços, os dois países ainda podem manter uma "competição saudável", que não apresente perigos. Outros defendem que a China queria que o balão fosse visto para demonstrar aos EUA que seu serviço de segurança aéreo ainda possui falhas e que elas poderiam ser aproveitadas por Pequim.
4 de 6 O presidente dos EUA, Joe Biden, durante entrevista coletiva de imprensa para explicar documentos confidenciais do governo encontrados em sua garagem, em 12 de janeiro de 2023. — Foto: Andrew Harnik/ AP
O presidente dos EUA, Joe Biden, durante entrevista coletiva de imprensa para explicar documentos confidenciais do governo encontrados em sua garagem, em 12 de janeiro de 2023. — Foto: Andrew Harnik/ AP
Em um primeiro momento, Washington disse que a entrada do balão no espaço aéreo americano era um ato irresponsável e que violava a soberania americana e o direito internacional.
Depois de constatar que ele não apresentava perigo para o tráfego aéreo civil, os EUA passaram a estudar o artefato. "Pudemos estudar e escrutinar o balão e seus equipamentos, o que foi valioso", disse um oficial do Pentágono.
5 de 6 Xi Jinping, presidente da China, em foto de 21 de dezembro de 2022 — Foto: Sputnik/Yekaterina Shtukina/Pool via Reuters
Xi Jinping, presidente da China, em foto de 21 de dezembro de 2022 — Foto: Sputnik/Yekaterina Shtukina/Pool via Reuters
Quando os EUA identificaram o balão em seu espaço aéreo a China imediatamente se prontificou e disse que não se passava de um aparato tecnológico usado para pesquisas meteorológicas, mas que foi desviado pelos ventos.
Então, Pequim teria perdido seu controle e ele entrou no espaço aéreo americano. Os chineses pediram calma e 'cabeça fria' para tratar da situação, mesmo sabendo da pressão que o governo de Joe Biden tinha para derrubar o artefato.
Sim. Após passar dias sobrevoando o território dos EUA, o balão foi derrubado no mar no estado da Carolina do Sul, no leste do país. O plano inicial era derrubar dentro do estado de Montana, mas Washington decidiu que seria melhor esperar ele chegar no mar para que não houvesse a possibilidade de destroços caírem sobre áreas habitadas.
Depois disso, o Ministério das Relações Exteriores da China expressou "forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas".
De acordo com o jornal japonês Sankei, Washington teria sugerido ainda a implantação de mísseis de médio alcance no Japão como parte de um plano para reforçar as defesas contra a China.
6 de 6 Antony Blinken, secretário de estado dos Estados Unidos, durante discurso — Foto: Leah Millis/REUTERS
Antony Blinken, secretário de estado dos Estados Unidos, durante discurso — Foto: Leah Millis/REUTERS
Um grande problema diplomático entre os dois países. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tinha viagem marcada para Pequim neste domingo (5), mas desmarcou a viagem depois da identificação do objeto sobre o território americano. Pequim tenta restaurar a situação.
Ainda não se sabe ao certo quais são as possíveis consequências futuras da crise. Especialistas acreditam que imbróglio deve ser resolvido em breve.
Sim, na Colômbia. Um objeto similar ao balão encontrado nos EUA foi visto sobre o território colombiano neste fim de semana.
"O objeto entrou no espaço aéreo colombiano pelo norte do país (...) identificando características semelhantes às de um balão", diz o comunicado do governo local.
Não se sabe ao certo se era o mesmo balão e nem se ele seria originário da China. Os colombianos disseram que o objeto não representava uma ameaça à segurança e defesa nacional.
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