BC vê piora nas expectativas de inflação, se diz vigilante e avalia que pacote de Haddad pode reduzir risco de alta dos preços

O Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central avalia, em documento divulgado nesta terça-feira (7), que houve uma 💥piora nas expectativas de inflação para o longo prazo.

O Copom diz que estará "vigilante" para buscar as metas de inflação, 💥️o que pode significar manter os juros básicos da economia nos 13,75% atuais, ou até elevar ainda mais esse percentual.

O comitê ressalva, no entanto, que um pacote de medidas para sanear as contas públicas anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode ajudar a reduzir essas pressões – caso seja de fato executado ().

As informações constam na ata da última reunião do comitê, ocorrida na semana passada. Na ocasião, a taxa básica de juros da economia foi mantida estável em 13,75% ao ano – o maior nível em seis anos.

O alto patamar da taxa de juros, o maior do mundo, tem sido criticado reiteradamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O BC possui autonomia formal fixada em lei para perseguir as metas de inflação, e o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, com mandato aprovado até o fim de 2024, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

No documento divulgado nesta terça, o Banco Central voltou a mostrar preocupação com o aumento de gastos públicos e seu efeito na inflação — já citado anteriormente em várias ocasiões.

O medo é que a alta de despesas, autorizada por meio da PEC da transição para recompor o orçamento de 2023, pressione ainda mais os preços.

Desta vez, porém, o BC acrescentou que a execução do pacote fiscal do ministro Fernando Haddad, anunciado em janeiro, com foco principalmente na alta da arrecadação, "atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação".

Nesta segunda-feira, Haddad chegou a reclamar do Copom, avaliando que a instituição poderia ter sido "um pouco mais generosa" com o governo, em suas avaliações, diante das medidas anunciadas em janeiro para melhorar as contas públicas.

Apesar de uma referência mais clara ao pacote fiscal na ata do Copom divulgada nesta terça-feira, o BC observou que "será importante acompanhar os desafios na sua implementação" pelo governo. As medidas ainda precisam ser confirmadas pelo Congresso Nacional.

Em uma rede social nesta terça-feira, Lula afirmou ser favorável à responsabilidade fiscal, mas que a responsabilidade social é a "mais importante".

"No meu governo vamos levar muito a sério a questão do crescimento econômico", disse.

O Copom também citou em sua ata uma possível mudança das metas de inflação nos próximos anos, algo que está sendo considerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica.

Junto com uma "possível percepção" de leniência do BC com as metas e uma alta de gastos públicos, a possível mudança da meta foi apontada pela instituição como algo responsável pela "deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos".

Depois da fala do presidente Lula sobre a possível mudança das metas, as estimativas do mercado para a inflação deste ano e de 2024 começaram a subir com mais intensidade, e continuaram piorando nas últimas semanas.

Sobre esse tema, o Copom lembrou que conduz a política para a taxa de juros com base nas metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional.

"Em resumo, mais importante do que a análise das motivações para a elevação das expectativas, o Comitê enfatiza que irá atuar para garantir que a inflação convirja para as metas", declarou.

Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação dos próximos anos, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.

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