Comissão da Alemanha visita a 'Casa da Morte' em Petrópolis, no RJ

Dorothee Weitbrecht (segunda à esquerda) é presidente da Fundação Elisabeth Kasemann , que atua resgatando a memória de regimes violentos, como a Ditadura Militar — Foto: Carlos Miranda/g1 1 de 3 Dorothee Weitbrecht (segunda à esquerda) é presidente da Fundação Elisabeth Kasemann , que atua resgatando a memória de regimes violentos, como a Ditadura Militar — Foto: Carlos Miranda/g1

Dorothee Weitbrecht (segunda à esquerda) é presidente da Fundação Elisabeth Kasemann , que atua resgatando a memória de regimes violentos, como a Ditadura Militar — Foto: Carlos Miranda/g1

A desapropriação do imóvel conhecido como "casa da morte", em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, ganhou um novo capítulo com a visita, nesta quarta-feira (8), de representantes do consulado da Alemanha e da presidente da fundação Elisabeth Kasemann, Dorothee Weitbrecht.

A fundação busca valorizar a democracia resgatando a memória de regimes violentos, como a Ditadura Militar, e pretende se unir ao grupo pró-memorial Casa da Morte para pressionar entidades de defesa dos direitos humanos e o poder público para que o local vire um museu.

"É muito importante trabalharmos com o passado violento porque sem esse trabalho não vamos fazer um futuro construtivo e democrático", comenta Dorothee Weitbrecht, presidente da Fundação Elisabeth Kasemann.

Imóvel, símbolo da ditadura, passou por alterações ao longo dos anos em Petrópolis — Foto: Reprodução/Inter TV 2 de 3 Imóvel, símbolo da ditadura, passou por alterações ao longo dos anos em Petrópolis — Foto: Reprodução/Inter TV

Imóvel, símbolo da ditadura, passou por alterações ao longo dos anos em Petrópolis — Foto: Reprodução/Inter TV

A fundação leva o nome de uma ativista alemã que veio para a América Latina e, na Argentina, foi perseguida e morta durante a ditadura. Dorothee é sobrinha da Elisabeth.

A "casa da morte" ficou conhecida em 1979, depois da denúncia feita pela ex-presa política Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da casa onde pessoas que se opunham ao regime militar era torturadas e mortas durante a década de 1970. Inês morreu em 2015, aos 72 anos de idade.

Inês Etienne Romeu durante audiência da Comissão Nacional da Verdade. Ela morreu em 2015, aos 72 anos de idade — Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia / Estadão Conteúdo 3 de 3 Inês Etienne Romeu durante audiência da Comissão Nacional da Verdade. Ela morreu em 2015, aos 72 anos de idade — Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia / Estadão Conteúdo

Inês Etienne Romeu durante audiência da Comissão Nacional da Verdade. Ela morreu em 2015, aos 72 anos de idade — Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia / Estadão Conteúdo

O imóvel pertenceu ao alemão Mário Lodders, que teria ligações nazistas e cedeu a casa para os militares, que chamavam o espaço de centro de convivência. O Consul Geral da Alemanha, Joachim Schemel, que também esteve nesta quarta na propriedade, reforçou a importância da desapropriação.

"Isso é importante para que crimes como esses não se repitam no futuro. Eu acho que o que aconteceu aqui é extremamente cruel e mostra mais uma vez a importância da democracia", disse.

Em 2018, a casa chegou a ser tombada pelo patrimônio histórico, mas o proprietário do imóvel recorreu na Justiça e conseguiu derrubar a decisão. Em janeiro de 2023, por recomendação do Ministério Público Federal, a Prefeitura de Petrópolis publicou um decreto que declara a casa de utilidade pública para fins de desapropriação. Atualmente, essa é a luta do grupo Pró-memorial Casa da morte.

"A gente quer mais que o reconhecimento no papel, que isso já foi feito, o reconhecimento do Estado como reparação histórica de tudo que aconteceu em nome desses militantes políticos que foram assassinados na casa", conclui Rafane Paixão, representante do Grupo Pró-memorial Casa da Morte.

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