Na véspera de ataques golpistas, Ibaneis disse para Pacheco que não haveria problemas e que usaria todo o efetivo

Ataques golpistas em Brasília — Foto: CARLETT ROCHA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO 1 de 1 Ataques golpistas em Brasília — Foto: CARLETT ROCHA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Ataques golpistas em Brasília — Foto: CARLETT ROCHA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Um dia antes dos ataques às sedes dos Três Poderes, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não haveria problemas e que usaria todo o efetivo policial para conter as manifestações.

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As declarações são do dia 7 de janeiro e constam de mensagens extraídas pela Polícia Federal do celular de Ibaneis. No dia seguinte, os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.

Segundo o material da PF, Pacheco mandou mensagens para o governador afastado pedindo auxílio diante da possibilidade de uma manifestação com participantes "exaltados".

"O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no dia 7 de janeiro, revelou um pedido de auxílio frente às possíveis ameaças de ânimos exaltados dos manifestantes, para o evento que se desenrolaria no dia seguinte, 8 de janeiro", aponta o material.

Ibaneis, então, respondeu que "todo o efetivo" estaria nas ruas.

Nesta quinta-feira (9), o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a devolução do aparelho telefônico para o governador afastado. O pedido havia sido feito pelo delegado da PF Raphael Soares Astini.

Apesar de Ibaneis ter dito para Pacheco que colocaria "todo o efetivo nas ruas", depoimentos de policiais militares que trabalharam durante os ataques contrariam a afirmação.

Em depoimento à PF, o tenente Rafael Pereira Martins afirmou que o baixo efetivo da PM na Esplanada "ocasionou a dificuldade em conter os manifestantes".

Martins foi detido pela PF na operação Lesa Pátria, que investiga os envolvidos nos atos golpistas.

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Ibaneis Rocha é investigado no inquérito do Ministério Público Federal (MPF) que apura a conduta de autoridades de Estado que se omitiram durante a invasão das sedes dos Poderes.

Ibaneis foi afastado do cargo por 90 dias após decisão do STF. O chefe do Executivo nega a omissão.

"Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os Três Poderes. Eu sempre me comportei de modo colaborar com as investigações e mantenho minha postura", publicou Ibaneis nas redes sociais, no dia 20 de janeiro.

No mesmo dia, a casa e o escritório de advocacia do governador afastado foram alvo de busca e apreensão, assim como o Palácio do Buriti, sede do governo em Brasília, e a residência do ex-secretário Fernando de Sousa Oliveira, também investigado pelo MPF.

À época, a defesa de Ibaneis afirmou que as buscas seriam "a prova definitiva da inocência" do governador afastado. Disse ainda que a decisão de busca é "inesperada" e que Ibaneis sempre agiu de "maneira colaborativa" diante da investigação.

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