Reforma tributária é prioridade de executivos brasileiros, mas aprovação depende de consenso no governo
Governo precisará de consenso com o Congresso Nacional para aprovara reformas. — Foto: TV Globo
Entre os executivos das maiores empresas brasileiras, 68% consideram que a principal medida a ser priorizada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de forma a impulsionar a economia brasileira é a reforma tributária.
O levantamento faz parte da pesquisa "Plano de Voo" da Amcham Brasil, uma comunidade de 3.500 empresas que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e foi divulgada nesta segunda-feira (13) em evento promovido pela instituição na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Abrão Neto, CEO da Amcham, considera que a alta porcentagem de executivos que destacou a reforma tributária revela a urgência de que tal medida seja executada pelo novo governo.
Além disso, o executivo pontua que o melhor timing para a implementação da reforma é agora. "Historicamente, as reformas são aprovadas com muito mais facilidade no começo de novos governos, nos primeiros meses", pontua.
Em contrapartida, apesar do desejo do empresariado de que a pauta reformista seja levada adiante o mais breve possível, não é isso o que os próprios executivos acreditam.
Na mesma pesquisa, apenas 7% dos respondentes acreditam que há alta probabilidade de que a reforma tributária seja aprovada ainda em 2023. Outros 27% enxergam como média essa probabilidade. A grande maioria não acredita ou entende serem baixas as chances da aprovação neste ano.
De acordo com Neto, esses números são um aviso de que é preciso reforçar o engajamento político de modo que os projetos do governo possam passar pelo Congresso Nacional.
Murillo de Aragão, CEO e Chairman da Arko Advice, ressalta que "o Brasil será cada vez mais um país de consenso e nenhuma reforma ou antirreforma será aprovada sem o consenso".
"O poder hoje está compartilhado, não vivemos mais a época do '. Nove dos principais estados do Brasil são governados pela oposição. Nessa nova época, o presidente é a figura mais importante do país, mas também o presidente da Câmara dos Deputados e o do Senado, além do presidente do Banco Central do Brasil na seara econômica e o Supremo Tribunal Federal (STF)", diz Aragão.
O especialista pontua que é justamente por essa necessidade de consenso e divisão do poder entre diversos partidos e pessoas que, atualmente, algumas figuras importantes, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentam promover um discurso mais conciliador, com o fim de conseguir aprovar não apenas a reforma tributária, mas todas as outras pautas importantes para o novo governo.
Nesse sentido, Aragão considera que uma reforma tributária pode ser aprovada no país durante o governo Lula, "mas em compotas e com muita calda", ou seja, em pequenas fatias e dissolvida ao longo do tempo.
2 de 2 Jornalista Juliana Rosa e Murillo de Aragão, CEO e Chairman da Arko Advice em evento da Amcham Brasil na B3. — Foto: Bruna Miato/g1Jornalista Juliana Rosa e Murillo de Aragão, CEO e Chairman da Arko Advice em evento da Amcham Brasil na B3. — Foto: Bruna Miato/g1
A pesquisa da Amcham também revelou outros pontos destacados pelos executivos como prioridades para o crescimento econômico do país:
O levantamento ainda perguntou aos executivos se eles enxergam uma relação direta entre estabilidade democrática e desenvolvimento econômico do Brasil. Para 78% dos respondentes, a avaliação é que existe uma correlação alta entre os temas.
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