Empresários concordam com críticas de Lula, mas alertam que não se baixam juros no grito
Empresários concordam e até engrossam as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos juros altos, mas alertam que não se baixa a taxa no grito como está querendo fazer o PT.
Depois do presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, nesta segunda (13) foi a vez do presidente da Fiesp, Josué Gomes de Almeida, criticar a taxa, que está em 13,75% ao ano.
No fim de semana, o economista Andre Lara Resende, hoje no BNDES e que se aproximou do PT, também disse que a taxa de juros em 13,75% está errada.
Os empresários alertam, porém, que não se baixa a taxa de juros no grito.
A avaliação no setor empresarial é que o Banco Central precisa ser pressionado para reduzir o aperto na política monetária, mas o governo Lula também tem de dar contribuição para garantir uma queda nos juros.
E essa contribuição viria por meio da apresentação do novo arcabouço fiscal, gerando credibilidade para a política econômica do Ministério da Fazenda.
Uma redução artificial da taxa de juros, sem uma coordenação entre Fazenda e Banco Central, acabaria gerando mais prejuízos do que benefícios, elevando a inflação e travando o crescimento da economia.
Depois das pressões, os empresários esperam, agora, o debate entre no campo técnico. O receio, porém, é que o PT, com aval das declarações de Lula, bata ainda mais no Banco Central.
Ontem, por sinal, o PT aprovou resolução criticando o Banco Central, dizendo que os juros de 13,75% impedem o país de crescer, e decidiu que irá apresentar proposta de convocação, e não de convite, para que Roberto Campos Neto se explique no Congresso sobre a política monetária.
Além disso, em sua resolução, o PT defende a reversão da privatização da Eletrobras, mudança na meta de inflação e na política de preços da Petrobras.
Enquanto o PT decidiu subir ainda mais o tom dos ataques ao BC, o presidente Lula deu uma recuada nas críticas a Roberto Campos Neto. Não pegou pesado com o Banco Central na fala em evento do PT.
Já Roberto Campos Neto, em entrevista ao "Roda Viva", manteve suas posições, mas fez gestos de paz na direção do governo, reconhecendo o esforço fiscal que está sendo feito, dizendo que a política monetária pode ser suavizada e afirmou que ir ao Congresso é um dever seu para prestar contas sobre o trabalho do Banco Central.
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