Ibovespa recua e volta aos 107 mil pontos com inflação dos EUA no radar

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Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta terça-feira (14), após uma sessão bastante volátil. Investidores repercutiram os dados de inflação nos Estados Unidos - o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% em janeiro, acima das expectativas - e reagiram às falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Robertos Campos Neto, contra o aumento da meta da inflação, o que segura a bolsa de uma queda mais acentuada.

Ao final do pregão, o índice recuou 0,91%, aos 107.848 pontos. Veja mais cotações.

Na segunda-feira, o Ibovespa havia avançado 0,70%, a 108.836 pontos.

No exterior, investidores repercutiram a divulgação da inflação dos Estados Unidos e monitoraram falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A inflação anual subiu 6,4%, contra expectativas de 6,2%, o que eleva o receio de que os juros tardem a cair no país.

Na última semana, as bolsas de valores americanas viveram a pior semana do ano até aqui, como consequência das expectativas de que os juros possam não cair tão cedo na maior economia do mundo, já que o mercado de trabalho segue bastante aquecido e isso pode gerar novas pressões inflacionárias. Com mais dinheiro nas mão da população, a tendência é de alta nos preços.

Nesta terça-feira (14), a presidente da distrital do Fed de Dallas, Lorie Logan, afirmou que o BC norte-americano precisará continuar a elevar gradualmente a taxa básica de juros para conter a inflação, indicando que os custos dos empréstimos podem subir mais do que o amplamente esperado pelo mercado.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Neste contexto, investidores tendem a migrar dos ativos de risco para tais títulos, o que favorece o dólar frente moedas de outras divisas e também impacta negativamente o mercado de ações, principalmente os de países emergentes, como o Brasil.

Ainda no cenário internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro teve um crescimento de 0,1% no último trimestre de 2022, levando a região a crescer 1,9% durante todo o ano passado, em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Já no quadro doméstico, ontem o dia foi marcado por especulações de que a equipe econômica do Conselho Monetário Nacional (CMN) - órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação - estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo BC, com aval do seu presidente.

O dirigente, no entanto, foi enfático ao dizer, em entrevista, que não concorda com uma flexibilização da meta da inflação neste momento, o que agradou o mercado financeiro. Campos Neto pontua que, se o Brasil elevasse sua meta de inflação, a medida poderia ter um efeito contrário, além de elevar a percepção de riscos para investidores.

O CMN tem sua primeira reunião do ano e dentro do novo governo prevista para esta quinta-feira (16).

Especialistas consideram que, se o BC concordar com alterações na meta da inflação - principalmente na primeira reunião do ano -, o ato poderia ser interpretado como fraqueza da instituição diante da pressão do presidente Lula, que vem reclamando do atual patamar da Selic, taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano.

No noticiário corporativo, investidores ainda repercutem uma série de resultados trimestrais. O destaque positivo ficou com as ações do Banco do Brasil e do Carrefour, que lideraram as maiores altas do Ibovespa após terem divulgados seus respectivos balanços trimestrais na véspera.

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