Chocolates Pan: 26 colaboradores pedem que Justiça não decrete falência e dê 90 dias para plano de recuperação judicial

Chocolates Pan fabrica o 'chocolápis' — Foto: Arquivo pessoal 1 de 2 Chocolates Pan fabrica o 'chocolápis' — Foto: Arquivo pessoal

Chocolates Pan fabrica o 'chocolápis' — Foto: Arquivo pessoal

Um grupo de 26 funcionários da Chocolates Pan, conhecida por fabricar os "cigarrinhos de chocolate", quer que a Justiça dê mais três meses para que seja apresentado um novo plano de recuperação judicial e não decrete a falência da companhia.

No último dia 10, a empresa pediu autofalência e o prazo de 90 dias para aproveitar o período de Páscoa e Dia das Mães para tentar se reerguer e quitar dívidas.

A administradora judicial afirmou nos autos que há necessidade da decretação da falência, mas foi contra a ampliação do prazo suplementar. O Ministério Público concordou com a administradora, e o juiz não se manifestou até a tarde desta quarta-feira (15).

Em nota, a Procuradoria Geral do Estado, responsável pelos débitos inscritos em dívida ativa da empresa, disse que a Pan tem mais de R$ 126 milhões em débitos inscritos.

"Deste montante, R$ 125 milhões são débitos declarados de ICMS, aqueles previamente reconhecidos pela própria contribuinte. Não há pedido formal de parcelamento ou transação dos débitos no âmbito da PGE.", completou na nota.

Atualmente, o quadro de funcionários é de 52 pessoas. Um grupo deles emitiu uma nota pública sobre a situação:

"Nós, colaboradores da Chocolate Pan, com tudo que está sendo noticiado, queremos lutar pelo nosso emprego. Queremos manifestar nossa vontade na continuação da empresa. Acordamos todos os dias cedo e estamos aqui trabalhando, produzindo e vivendo o dia a dia da empresa. Onde é nosso ganha-pão e queremos tornar pública nossa manifestação da empresa continuar operando".

Entre os produtos mais tradicionais da companhia, estão, além do cigarrinho, o "chocolápis" (lápis de chocolate) e as moedas, também de chocolate.

Chocolates Pan — Foto: Reprodução/Instagram 2 de 2 Chocolates Pan — Foto: Reprodução/Instagram

Chocolates Pan — Foto: Reprodução/Instagram

A empresa afirmou que o faturamento sofreu queda com a reestruturação de 2017 e que, durante a pandemia de Covid-19, houve uma redução ainda maior. 💥️(veja a nota abaixo).

Os débitos tributários deverão ser pagos com parte do maquinário e imóveis avaliados em cerca de R$ 182 milhões.

A companhia foi fundada em 12 de dezembro de 1935, quando os primeiros produtos fabricados foram o Cigarrinho de Chocolate e a Bala Paulistinha — inspirada na Revolução Constitucionalista de 1932 —, além de barras de chocolate em formato quadrado.

A Pan foi aberta pelos engenheiros Aldo Aliberti e Oswaldo Falchero, na Rua Maranhão, na cidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista.

Em 1941, um concurso foi promovido com um álbum com figuras astronáuticas. As pessoas encontravam as figurinhas nas balas paulistinhas para colar nos álbuns. Para quem completasse alguma página ou até o álbum inteiro eram dados diversos prêmios. A promoção durou dois anos.

Os produtos mais vendidos atualmente, segundo a empresa, são o pão de mel, que foi lançado em 1945, granulado para doces, moedas de chocolate ao leite, bombons e bala de goma.

Em outubro de 2016, aos 81 anos, a Pan mudou de donos. O negócio familiar de doces foi adquirido pelo Grupo Brasil Participações.

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