Governo adota como estratégia acelerar medidas que criam ambiente para queda dos juros

Depois do embate direto com o Banco Central por conta da taxa de juros, o governo decidiu pôr em prática a estratégia de acelerar medidas que sinalizem uma preocupação com os gastos públicos e, assim, criar um ambiente para a queda natural, sem sobressaltos, dos juros.

A estratégia, segundo o relato de fontes do governo, passou por discussão com o presidente Lula, que recentemente fez duras críticas ao Banco Central e a seu titular, Roberto Campos Neto, após decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano e indicar que uma redução dos juros não aconteceria em 2023.

Uma fonte confirmou ao 💥️blog que, ao se criar um ambiente na economia que leve à redução na taxa de juros, uma mudança na meta de inflação no futuro seria "menos traumática".

A discussão da meta de inflação, que para este ano é de 3,25%, não havia sido incluída na pauta da reunião do CMN até a manhã desta quinta (16) - horas antes do encontro entre seus três titulares.

Fonte da área econômica relatou ao 💥️blog que a fala de Campos Neto no início da semana, de que não era a favor da mudança da meta, segurou a discussão do tema.

"A mensagem que Campos Neto passou ao governo era de que não poderia ceder politicamente neste primeiro momento", relatou a fonte.

Qual os sinais que o governo decidiu dar para criar um ambiente que leve à redução da taxa de juros?

O primeiro foi o anúncio, na quarta (15), do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de antecipar o envio da proposta de novo arcabouço fiscal, a substituir o teto de gastos.

Segundo uma fonte da área econômica, é certo que a nova âncora vai permitir que os gastos públicos cresçam menos do que a arrecadação - reduzindo, assim, o endividamento do país.

Outra estratégia foi casada com o presidente da Câmara, Arthur Lira: instalar a comissão da reforma tributária e anunciar em 90 dias um texto que possa seguir diretamente para o plenário da casa.

A celeridade desta reforma se deve às possibilidades de maior crescimento e investimento no país.

Um terceiro sinal veio também na quarta-feira: a indicação de que o decreto de programação orçamentária de 2023, a ser divulgado nesta quinta, apontará um corte de 1% nas despesas da máquina do governo, com um aperto de cinto mensal dos ministérios.

Os três sinais apontam para o mesmo alvo: o governo fazendo sua parte para colaborar com mais estabilidade e previsibilidade da economia, aquela indicação de esforço fiscal que o Banco Central, em seu comunicado, pedia para poder iniciar uma queda de juros futura.

Depois dos acenos de paz de ambos os lados, Lula saiu de cena (não seu partido, que vai seguir cobrando o Banco Central) para deixar seu ministro da Fazenda tocar a política econômica.

Haddad, por sua vez, saiu fortalecido dentro do governo e também ganhou maior confiança dos agentes do mercado.

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