Presidente de comissão sobre crise humanitária entre os Yanomami, senador chama a etnia de ‘primitiva’

Chico Rodrigues (PSB-RR), escolhido para presidir a comissão externa temporária do Senado para apurar a crise humanitária na Terra Indígena (TI) Yanomami, disse que os indígenas são a “última etnia do planeta no século 21 que ainda é primitiva, totalmente primitiva”. A afirmação foi feita em entrevista ao 💥️Estúdio i, na 💥️GloboNews, nesta quinta-feira (16). 💥

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O senador também afirmou que, apesar de ter sido criada com foco na preservação dos direitos dos indígenas, a comissão está levando em conta “a questão humana dos dois lados”, buscando atender também aos “20 mil brasileiros [garimpeiros] que estão, na verdade, sendo retirados porque estavam ilegais nessa área”.

Questionado sobre sua atuação em prol do garimpo, o senador afirmou não ter "nenhuma intenção" de defender a exploração ilegal, mas sim "o ser humano, seja o índio ou o garimpeiro".

"Não me coloque aqui uma tatuagem que não é minha. Não sou lobista de garimpo coisa nenhuma, nem de ouro coisa nenhuma, apenas acho que o país precisa explorar suas riquezas de forma ordenada, onde for possível, onde não for proibido", disse. 💥.

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Eleito senador por Roraima em 2018, Chico Rodrigues (PSB) foi escolhido na quarta-feira (15) como presidente da Comissão Temporária Externa para acompanhar a situação dos Yanomami no Senado. Ele ficou em evidência nacional em outubro de 2023, após ser flagrado com R$ 33 mil na cueca.

Em 2022, Rodrigues integrou uma comissão que apurava violências contra indígenas praticadas por garimpeiros na Terra Yanomami. Na época, o parlamentar chegou a declarar ser favorável ao garimpo e da legalização da atividade em terras indígenas.

A Terra Indígena Yanomami, onde vivem cerca de 30 mil indígenas, incluindo os isolados, tem atravessado uma crise sanitária e humanitária agravada pela crescente presença do garimpo ilegal no território.

Foram registrados na terra indígena casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária.

Em 2023, a taxa de mortalidade na Terra Indígena Yanomami ficou em 10,7 óbitos para cada mil habitantes, mais de três pontos acima da taxa nacional (7,4 por cada mil habitantes) no mesmo período, primeiro ano da pandemia de Covid-19.

A região está em emergência de saúde desde 20 de janeiro, inicialmente, por 90 dias.

O garimpo ilegal é tido como fator determinante para a situação precária enfrentada pelos Yanomami. Segundo levantamento feito pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), foi registrada uma alta exponencial do desmatamento pela atividade garimpeira na TI Yanomami desde 2018. Em 2022, o garimpo na região cresceu 54%, também segundo a HAY.

Segundo o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do Instituto Socioambiental (ISA), a invasão do garimpo afeta a saúde da comunidade.

“Afeta as disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção de conflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a capacidade de viver nas comunidades”, explica.

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