Ibovespa fecha em queda, contaminado por sinais do Fed sobre juros dos EUA

Ibovespa — Foto: Freepik 1 de 1 Ibovespa — Foto: Freepik

Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta sexta-feira (17), em dia de agenda esvaziada na véspera dos feriados de Carnaval do Brasil, mas de olho no possível endurecimento do discurso do Federal Reserve sobre os juros nos Estados Unidos.

Ao final do pregão, o índice recuou 0,70%, aos 109.176 pontos. Veja mais cotações.

Na próxima semana, a B3 entra em ritmo de festa e os mercados devem permanecer fechados nos dias 20 e 21 de fevereiro. Na quarta-feira (22), as negociações voltam, mas em horário especial: 💥️a partir das 13h.

No dia anterior, o índice avançou 0,31%, a 109.941 pontos. 💥️Apesar da queda de hoje, o Ibovespa conseguiu acumular uma alta de 1,04% na semana. No mês e no ano, no entanto, ainda tem perdas de 3,75% e 0,51%, respectivamente.

No Brasil, o dia é de agenda esvaziada no último dia antes dos feriados de Carnaval. Assim, investidores acompanhavam a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se reuniu com o Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil e com a Coalizão Indústria durante a tarde desta sexta-feira (17).

Além disso, o mercado ainda repercutia o almoço do ministro com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que aconteceu ontem. Segundo Haddad, o encontro foi em clima de "harmonia para o futuro".

Ainda na quinta (16), o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reuniu pela primeira vez no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio a tensões entre o chefe do Executivo e o Banco Central. No encontro que durou apenas 28 minutos, não foram discutidas a meta da inflação e a taxa básica de juros.

Nos últimos dias, surgiu uma expectativa de que a reunião do CMN pudesse discutir a meta de inflação para 2023. Mas o índice de 3,25% segue inalterado.

Outro fator que mexeu com os negócios por aqui foi o vencimento de opções sobre ações e a repercussão de resultados corporativos, com destaque para os balanços da Vale e da Lojas Renner.

Já no exterior, as atenções dos agentes econômicos estarão nas falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), com foco nas conclusões sobre o mercado de trabalho, que trouxe dados mais fortes que o esperado e indicam e uma inflação resiliente no país.

A diretora do Fed Michelle Bowman disse nesta sexta-feira que o Fed tem mais trabalho a fazer ao aumentar as taxas de juros para reduzir a inflação elevada, porque dados recentes mostraram que suas ações até agora não estão tendo um impacto grande o suficiente.

"Acho que com as informações que vimos ultimamente... não vejo que isso esteja indicando para mim que estamos desacelerando a economia", disse Bowman durante aparição perante uma associação de banqueiros em Nashville, Tennessee.

Os preços ao produtor tiveram em janeiro a maior alta em sete meses, segundo dados divulgados na quinta-feira, enquanto um relatório do Departamento do Trabalho mostrou que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu de forma inesperada na semana passada.

Há dúvidas se a instituição promoverá um aperto monetário mais agressivo do que era precificado.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso prejudica os ativos de risco, como o mercado de ações.

O banco Goldman Sachs espera mais três altas na taxa de juros americanos neste ano, de 0,25 ponto percentual cada, depois dos dados econômicos divulgados nesta semana.

"À luz de notícias de crescimento mais forte e inflação mais firme, estamos acrescentando uma alta de 25 (pontos-base) em junho à nossa previsão para Fed, com pico de 5,25 a 5,5%", disseram economistas liderados por Jan Hatzius em uma nota com data de quinta-feira.

Já o banco de investimento europeu UBS disse esperar que o Fed eleve os juros em 25 pontos-base nas reuniões de março e maio, o que pode deixar a taxa na faixa de 5% a 5,25%. "Depois disso, esperamos que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) mude e comece a cortar os juros na reunião de setembro", escreveu o UBS em uma nota aos clientes.

O JPMorgan havia previsto, antes dos dados recentes dos EUA, a taxa terminal em 5,1% até o final de junho, enquanto o BofA Global Research projetava a faixa de 5 a 5,25% até o final do ano.

A maioria dos economistas consultados pela Reuters antes dos dados mais recentes disse esperar que o Fed eleve os juros pelo menos duas vezes mais nos próximos meses, com o risco de que subam a estimativa ainda mais, embora nenhum deles esteja esperando um corte nos juros este ano.

Nos indicadores americanos, o Departamento do Trabalho dos EUA publica o indicador de preços de produtos exportados e importados de janeiro. A leitura anterior foi de queda de 2,6% na comparação mensal para os exportados e de alta de 0,4% para os importados. Em bases anuais, as variações foram de 5% e 3,5%, respectivamente.

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