‘Atenção, Sapucaí!’ Conheça Vanderlei Borges, a voz que apresenta cada desfile no Rio

Quem acompanha os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, seja no próprio Sambódromo ou pela TV, com certeza já ouviu o anúncio marcante toda vez que uma agremiação está para pisar na Avenida.

A voz é de 💥️Vanderlei Borges, de 75 anos, locutor oficial da Liesa e na função desde 2012, quando o então titular do microfone, 💥️Demétrius Costa, morreu.

Mas a estrada de Vanderlei é longa. “Eu já sou locutor há 60 anos”, disse, em entrevista ao g1 — para o qual gravou um vídeo exclusivo 💥️.

1 de 3 Vanderlei Borges na cabine em que anuncia as escolas — Foto: Alexandre Durão/g1

Vanderlei Borges na cabine em que anuncia as escolas — Foto: Alexandre Durão/g1

O famoso bordão, conta Vanderlei, é herança dos reclames de supermercado de quando era “bem mais jovem”.

“Eu também gravava carro de som e criei o ‘💥️Atenção, senhora dona de casa! No supermercado tal...’, e esse ‘atenção’ foi se proliferando”, explicou.

Demétrius ainda era vivo quando Vanderlei chegou à Sapucaí, primeiro nos grupos de acesso.

2 de 3 Cabine de Vanderlei na Sapucaí — Foto: Alexandre Durão/g1

Cabine de Vanderlei na Sapucaí — Foto: Alexandre Durão/g1

“Mas Seu Demétrius era um excelente profissional. Ficava mais na dele”, descreveu.

Com a morte do veterano, em 2012, a Liesa deu carta branca para Vanderlei.

“A partir daí, eu trouxe a ficha técnica, que eu uso até hoje. Melhoramos a situação do local de trabalho. E graças a Deus a gente está aí alguns anos”, contou.

Vanderlei fica em uma cabine na frente do primeiro recuo da bateria, ao lado de uma mesa de som que leva a sua voz a todos os setores da Sapucaí. A ficha a que ele se refere traz todas as informações das escolas — que você pode conferir aqui.

Vanderlei disse que a sua preparação para uma noite inteira de locução é simples. “Olha, tem muita gente que não acredita. Mas eu não faço nada. Eu não bebo, não fumo, já tenho uma vantagem”, descreveu.

“Eu uso algumas pastilhas, alguma coisa para atenuar um pouco, mas meu remédio é água. Só isso”, ensinou.

A cabine tem ar-condicionado, mas Vanderlei diz que o desliga às vezes, para não danificar a voz. Quando o último integrante da escola passa do primeiro recuo, ele faz um lanche ou mesmo dá um cochilo.

Na hora que a escola deixa o Setor 9, Vanderlei volta a se posicionar na cabine. Tão logo o portão da Apoteose é fechado, travando o cronômetro, a bateria da agremiação seguinte já é autorizada a avançar até o Setor 1, para o “esquenta”.

E essa rotina se repete seis vezes por noite, nas três noites de espetáculo, até o Sábado das Campeãs.

3 de 3 Vanderlei Borges na Sapucaí — Foto: Alexandre Durão/g1

Vanderlei Borges na Sapucaí — Foto: Alexandre Durão/g1

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