Defesa Civil de SP admite que não tem sistema de sirenes para alerta em caso de emergências climáticas

Defesa Civil de SP afirma que estado não possui sistema de alerta com sirenes — Foto: GloboNews; e Andre Penner/AP 1 de 6 Defesa Civil de SP afirma que estado não possui sistema de alerta com sirenes — Foto: GloboNews; e Andre Penner/AP

Defesa Civil de SP afirma que estado não possui sistema de alerta com sirenes — Foto: GloboNews; e Andre Penner/AP

O diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo, Matheus Roncatto, afirmou nesta terça-feira (21) que o estado não conta com sistema de sirenes para alertar a população em caso de emergências climáticas, como a que atingiu o litoral norte no último final de semana e já deixou dezenas de mortos e desaparecidos.

O representante da Defesa Civil contou que, em vez de sirenes, 177 cidades do estado contam com "💥️planos preventivos" da Defesa Civil:

"Nós temos pluviômetros automáticos, que são aparelhos que medem a chuva em tempo real. A partir do momento em que recebemos essa informação de previsão e de chuva em tempo real, nós 💥️emitimos os alertas [via mensagem de texto], encaminhamos para os municípios, e os agentes municipais fazem as vistorias nas áreas de risco", explicou.

A partir das vistorias, afirmou Roncatto, conforme são identificadas as necessidades de interdição das moradias, as pessoas são removidas preventivamente de suas residências e encaminhadas para abrigos mobilizados pelas prefeituras ou pelos órgãos municipais de proteção e defesa civil.

"Muitos lembram da Defesa Civil somente nas ações e resposta ou reconstrução, mas nós temos um trabalho muito forte — e diria até prioritário — nas questões de prevenção e preparação", apontou.

Matheus também afirmou que a Defesa Civil estadual oferece treinamento aos agentes municipais de proteção e defesa civil, mapeamento de risco e previsão meteorológica: "Nosso foco principal é atuar na prevenção. Uma vez que aconteça o desastre, uma vez que tenhamos a tragédia, obviamente toda equipe vai a campo, as ações de resposta, de restabelecimento, de recuperação também são efetivas".

Congestionamento na saída de São Sebastião após liberação de trecho da Rio-Santos nesta terça — Foto: Mônica Aquino/g1 2 de 6 Congestionamento na saída de São Sebastião após liberação de trecho da Rio-Santos nesta terça — Foto: Mônica Aquino/g1

Congestionamento na saída de São Sebastião após liberação de trecho da Rio-Santos nesta terça — Foto: Mônica Aquino/g1

Com a liberação do trecho da Rodovia Rio-Santos até a Barra do Sahy, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu nesta terça-feira (21) que os turistas que desceram ao litoral por conta do carnaval comecem a deixar a região para aliviar a pressão nas áreas mais afetadas pelas chuvas.

"A gente tem que aproveitar a condição climática, que está favorável, e nós não podemos perder essa janela de tempo para fazer esse deslocamento. Então, quanto mais gente sair, melhor, porque alivia a pressão naquelas regiões."

"Quem puder se deslocar em direção à capital, a outros pontos do estado, até outros estados, que faça pegando a Rio-Santos da Barra do Sahy em direção a São Sebastião, para que daí possa pegar a [Rodovia] Tamoios e seguir viagem", completou o governador.

Por conta da situação das estradas e do fluxo intenso de veículos tentando deixar o litoral, os turistas enfrentam trânsito intenso.

A repórter Mônica Mariotti conta que deixou Boiçucanga às 9h30. Em 30 minutos, conseguiu avançar apenas 300 metros. As ruas estão muito molhadas ainda e cheias de lama.

A Mogi-Bertioga segue completamente bloqueada, sem previsão para liberação. A principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo é a Rodovia dos Tamoios (SP-99), que está liberada.

Trânsito intenso na saída de Boiçucanga — Foto: Mônica Aquino/g1 3 de 6 Trânsito intenso na saída de Boiçucanga — Foto: Mônica Aquino/g1

Trânsito intenso na saída de Boiçucanga — Foto: Mônica Aquino/g1

Segundo o governador, um navio atlântico com um hospital de campanha deve chegar nesta terça na região para dar suporte.

Ao todo, serão 300 leitos de enfermaria, 21 profissionais de saúde de várias especialidades, de ortopedia, de traumatologia, de clínica geral e psiquiatras.

"O que que nós vamos fazer com a chegada do navio, vamos passar nos diversos pontos de apoio, fazer a triagem, ver quem está precisando de atendimento médico e levar pra esse hospital de campanha. Estão vindo também 180 fuzileiros navais que incorporam as equipes de Defesa Civil, especializados em resgate e desobstrução", disse ele em entrevista ao Bom Dia SP.

Na quarta (22), a previsão é a de chegar uma embarcação da Marinha que têm capacidade de embicar na praia, para poder fazer o deslocamento de pessoas via marítima.

Equipes de resgate retomaram no início da manhã desta terça-feira (21) a busca por sobreviventes após temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no fim de semana. Balanço do governo estadual aponta 44 mortes.

Mais cedo, quando o governo estadual ainda falava em 40 mortos, eram contabilizadas 49 pessoas desaparecidas. As buscas acontecem especialmente em bairros da costa sul de São Sebastião, como a Vila do Sahy, área que concentra a maioria das vítima do temporal.

Em Juquehy, outro bairro bastante afetado pelas chuvas, o Corpo de Bombeiros registrou um novo deslizamento de terra entre segunda e terça-feira. O bairro fica a cerca de 50 km da região central e tem acesso por terra bloqueado por causa dos estragos da chuva.

Além do trabalho para resgatar vítimas, equipes atuam para desobstruir a Rio-Santos e possibilitar o acesso por terra. Há um ponto com interdição total - na Praia Preta - e outros nove com bloqueios parciais por causa de deslizamento de terra, entre eles o trecho de Maresias.

A Mogi-Bertioga segue completamente bloqueada, sem previsão para liberação. A principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo é a Rodovia dos Tamoios (SP-99), que está liberada.

Na costa sul de São Sebastião, moradores ficaram ilhados e aguardam a chegada de doações e atendimento médico. Em todo o estado, há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em decorrência das chuvas. O governo informou ainda que sete corpos das 40 vítimas fatais foram liberados às famílias.

As buscas são feitas por bombeiros, agentes da Defesa Civil e os próprios moradores dos bairros afetados pelas chuvas. Com os deslizamentos, muitas casas foram arrastadas e levadas pela terra.

1 de 17 Carro fica preso em enchente no centro de Juquehy (São Sebastião) — Foto: Reprodução/Roberto Kovalick 2 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião 3 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião 4 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião 5 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião 6 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião 7 de 17 São Sebastião decreta calamidade pública devido às chuvas — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião 8 de 17 Rua alagada em Juquehy, em São Sebastião, Litoral Norte de SP — Foto: Roberto Kovalick 9 de 17 Morro próximo à Estrada da Maquininha, em São Sebastião (SP) — Foto: Mônica Mariotti 10 de 17 Família é resgatada de bote em Boiçucanga, na cidade de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo — Foto: Mônica Aquino/g1 11 de 17 Tragédia em São Sebastião: Voluntários organizando doações no Centro Esportivo do Jd. Britânia, em Caraguatatuba — Foto: Tiago Bezerra 12 de 17 Chuva em São Sebastião — Foto: João Mota/TV Vanguarda 13 de 17 Vítima da chuva é resgatada por moradores na costa sul de São Sebastião — Foto: Daniele Zampollo/Arquivo pessoal 14 de 17 Moradores de São Sebastião formam 'corrente humana' para resgatar crianças depois do temporal — Foto: Thiago Martins 15 de 17 Tragédia em São Sebastião: Moradores estão ilhados e só conseguem sair pelos fundos, pela casa do vizinho, rua Antônio Tenório — Foto: André Luís Rosa 16 de 17 Helicóptero do Exército auxilia no transporte de vítimas em São Sebastião — Foto: Exército/Divulgação 17 de 17 Mais de 100 bombeiros trabalham em resgate de vítimas em São Sebastião e Ubatuba. — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

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De acordo com o meteorologista, nesta época do ano existe um padrão meteorológico que permite a ocorrência de chuvas intensas, mas o volume foi anormal.

“O sistema de baixa pressão gera ventos intensos que ajudam a acumular água do oceano e dificultar escoamento dos rios. Tivemos também maior volume de maré, o que dificultou que a água escoasse de forma mais rápida para o oceano, contribuindo com os processos de inundação no litoral”, explicou Diego Souza.

Ainda segundo Diego, continua também a previsão de deslizamentos, uma vez que os solos estão encharcados e qualquer nível de chuva pode contribuir para novas ocorrências.

São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião 4 de 6 São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião

São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião

Moradores tentam cortar troncos para terem acesso em São Sebastião — Foto: Bruno Tavares/TV Globo 5 de 6 Moradores tentam cortar troncos para terem acesso em São Sebastião — Foto: Bruno Tavares/TV Globo

Moradores tentam cortar troncos para terem acesso em São Sebastião — Foto: Bruno Tavares/TV Globo

Desde domingo (19), o governador Tarcísio de Freitas está em São Sebastião. Um comitê de gerenciamento de ações foi montado para atender aos desabrigados.

Nesta segunda-feira (20), o governador informou que mudou temporariamente o gabinete dele para a cidade, enquanto a situação crítica persistir.

Também nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em São Sebastião. Ele se comprometeu a implementar um programa habitacional para as vítimas da chuva e disse que o governo federal está à disposição para atuar nas áreas atingidas.

Tarcísio de Freitas, Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução 6 de 6 Tarcísio de Freitas, Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Tarcísio de Freitas, Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

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