ONGs oferecem qualificação a jovens de baixa renda para ingressar no mercado de trabalho

Em janeiro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revelou que a taxa de desemprego no país caiu para 8,1% em novembro do ano passado. Ou seja, tem mais gente empregada. Um estímulo para quem procura uma vaga de emprego. 

No Rio, a ONG Instituto Proa (proa.org.br), no Centro, vem ajudando jovens a conseguirem o primeiro emprego. A dificuldade de conseguir um trabalho não é fácil. Principalmente, quando a pessoa tem pouca qualificação e baixa renda. O Proa oferece seis mil vagas para todo o estado e as inscrições estão abertas até 8 de maio.

 Numa sala cedida pela Secretaria Estadual de Cultura, na Biblioteca Parque, o Instituto Proa oferece cursos profissionalizantes a jovens de baixa renda a jovens entre 17 e 22 anos, que estão cursando ou tenham concluído o ensino médio em escolas públicas. São 15 anos oferecendo ajuda a quem quer começar a carreira profissional.

 "A gente tem a plataforma, que é 100% on line. Além disso, o time de comunicação faz visitas nas escolas para divulgar nossa plataforma para os jovens do 3º ano do ensino médio. Ou que já tenham concluído o ensino médio", disse Erica Vieira, coordenadora de empregabilidade do Instituto Proa, que trabalha em parceria com mais de mil empresas.

O aluno do Proa, Lucas Marques está entusiasmado com a oportunidade.

"Estava interessado em me libertar da dependência dos meus pais, alcançar minha liberdade financeira, entrar no mercado de trabalho. Espero, de verdade, alcançar um emprego já, de preferência com carteira assinada. Entrar no mercado de trabalho com tudo", disse o aluno.

João Vítor da Silva já concluiu o curso e conquistou uma vaga no mercado de trabalho.

"Foi um processo seletivo extremamente rápido, em dois meses de procura. Logo no segundo mês, havia encontrado uma vaga na Tecban. Botei no currículo que havia cursado a plataforma Proa, que preenchia os pré-requisitos da vaga e fui selecionado", disse João.

No ano passado, 85% dos jovens formados no instituto conseguiram emprego. No Rio, o Proa já gerou 485 novos empregadores.

 "Desses novos empregadores, a gente está conseguindo alcançar 1.137 vagas. E a mudança não é só na vida dos jovens, é também na vida da família. A gente recebe a mãe, o pai, o responsável que diz para a gente o quanto esse projeto conseguiu mudar a vida do jovem e da família dele", disse Erica Vieira.

A presidente do Instituto Proa Alini Dal Magro diz que o sucesso do projeto se deve ao entendimento das necessidades do mercado. Ela conta que quando criou o produto entrevistou 70 empresas e perguntou o que o jovem precisaria ter para o primeiro emprego.

"A partir das respostas, a gente criou a plataforma Proa. O jovem aprende como funciona o mercado de trabalho. Primeiro aprende o autoconhecimento, quem ele é, suas origens, suas possibilidades, as carreiras que existem e o passo a passo para chegar a essa carreira. Depois, aprende um pouco de comunicação e raciocínio lógico", explicou Alini.

O Proa também faz simulação do que ocorre no mercado, e estimula o jovem a buscar soluções e a comunicar isso ao emprego. 

O Camp Mangueira também programa de capacitação para jovens,  prioritariamente moradores do Morro da Mangueira, como destaca o administrador Antônio Carlos Ferreira, há 35 anos. Os diferentes programas são voltados para a inserção desse jovem no mercado de trabalho.

"Nesses 35 anos, já encaminhamos cerca de 20 mil jovens e adolescentes ao mercado de trabalho. São jovens que não sabiam como ingressar no mercado. E o Camp vem preencher esse vácuo porque lida diretamente com pessoas, no caso jovens de baixa renda, a maioria moradores da comunidade que veem no Camp a oportunidade de se chegar a uma empresa e ingressar no mercado, mesmo na condição de aprendizes", disse Ferreira. 

No Camp, eles fazem uma oficina de preparação e integração do mercado de trabalho, com duração de 20 a 30 dias, onde conhecem um ambiente corporativo e aprendem como devem agir e se comunicar.

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