Dólar fecha em alta e volta aos R$ 5,20, com reunião sobre combustíveis e Fed no radar
Dólar — Foto: Pixabay
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (27), após uma sessão marcada por volatilidade. Agentes econômicos seguiram atentos às declarações de diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a economia dos Estados Unidos, e à reunião que definiu a retomada de impostos sobre combustíveis no Brasil.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 0,16%, cotada a R$ 5,2067. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar registrou uma alta de 1,24%, cotada a R$ 5,1985. 💥️Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular alta de 2,63% no mês. No ano, entretanto, ainda tem queda de 1,35%.
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Os investidores esperam novos dados econômicos dos Estados Unidos, enquanto ainda digerem dados do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE). O indicador que subiu 0,6% e acima das expectativas de mercado, de 0,4%. A variação anual passou de 4,6% no mês anterior para 4,71% em janeiro.
"O indicador, medida favorita de inflação do Fed, sugere a continuação de pressões de preços de base ampla e representa um viés de alta para nosso cenário de inflação", diz relatório da XP.
"Ao mesmo tempo, representa uma evidência adicional – além dos indicadores superaquecidos do mercado de trabalho e da recuperação da atividade manufatureira – de que o Fed ainda tem trabalho a fazer para trazer a inflação mais próxima à sua meta de 2%."
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.
Além disso, ainda nesta semana, há divulgação prevista de sondagens industrial e de serviços nos EUA, e de inflação e desemprego na Europa.
Já na agenda doméstica, o destaque do dia ficou com as discussões sobre a retomada de impostos federais sobre os combustíveis. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta segunda-feira (27), no Palácio do Planalto, com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad, e com o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Nesta tarde, o Ministério da Fazenda anunciou que haverá um aumento do imposto sobre os combustíveis para arrecadar R$ 28,8 bilhões neste ano, valor anunciado pelo ministro Fernando Haddad em seu pacote fiscal, divulgado em janeiro.
Segundo o 💥️blog do Valdo Cruz, a ala política do governo pressiona pela manutenção da desoneração de tributos federais cobrados sobre gasolina e etanol, enquanto o Ministério da Fazenda defende a volta, a partir de março, da cobrança de PIS e Cofins.
Segundo assessores presidenciais, a tendência é o governo tomar uma decisão de meio-termo. Uma volta gradual da cobrança dos tributos, dando tempo para que a Petrobras faça ajustes na política de preços, para evitar aumentos que tenham impacto na inflação.
Já na agenda de indicadores, as atenções ficaram voltadas para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que caiu 0,06%% em fevereiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). 💥️Com este resultado, o índice acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses.
Em fevereiro de 2022, o índice variava 1,83% e acumulava alta de 16,12% em 12 meses. A queda do indicador interrompeu dois meses seguidos de alta — em dezembro, o índice variou 0,45%, e em janeiro, 0,21%.
De acordo com André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV, a queda do indicador foi pressionada, principalmente, pelo recuo do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), cujo acumulado em 12 meses recuou ao menor patamar desde março de 2018 diante da queda dos preços das grandes commodities.
Também nesta segunda, foi elevada mais uma vez a estimativa de inflação deste ano, segundo o Boletim Focus. A expectativa para 2023 passa de 5,89% para 5,90%, além de uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB).
Outro destaque dessa semana fica com o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que sai na quinta-feira (2).
Para o crescimento do PIB de 2023, o mercado financeiro elevou sua previsão de 0,80% para 0,84%. Foi a segunda alta seguida na estimativa.
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