Mulher suspeita de internar mãe à força não fez exame psiquiátrico a mando da Justiça em ação sobre guarda do filho, dizem paren

💥️Patrícia de Paiva Reis, presa por suspeita de manter a própria mãe internada, mesmo sem a idosa estar doente e de forma compulsória, não realizou exames psiquiátricos determinados pela Justiça, segundo parentes. O pedido foi feito em 2023, durante o processo que avalia a guarda do filho de Patrícia, de 9 anos.

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Patrícia e o atual companheiro, Rafael Machado, foram presos na última sexta-feira (24), no Catete, na Zona Sul do Rio. O casal é suspeito de manter Maria Aparecida Paiva, mãe de Patrícia, em duas clínicas de Petrópolis, na Região Serrana, de forma forçada.

Patrícia de Paiva Reis foi presa por suspeita de manter a própria mãe internada, mesmo sem a idosa estar doente e de forma compulsória. — Foto: Reprodução TV Globo 1 de 2 Patrícia de Paiva Reis foi presa por suspeita de manter a própria mãe internada, mesmo sem a idosa estar doente e de forma compulsória. — Foto: Reprodução TV Globo

Patrícia de Paiva Reis foi presa por suspeita de manter a própria mãe internada, mesmo sem a idosa estar doente e de forma compulsória. — Foto: Reprodução TV Globo

A mãe de Patrícia e uma tia do filho da suspeita acreditam que a mulher seja "psicopata" e só mantém a guarda do menino por causa da pensão.

"É surreal tudo isso. A própria mãe dela fala que ela é psicopata. Desde 2023 tem uma determinação para ela fazer uma avaliação psiquiátrica. Ela está fugindo do exame, até por saber do próprio diagnóstico. Só isso explica. A Justiça determinou que todos fizessem os exames, e só ela não fez", disse Carina Penna, tia paterna da criança.

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Segundo a polícia, as clínicas para as quais Maria Aparecida foi levada são investigadas por terem sido usadas para a prática do crime de sequestro qualificado.

Ao g1, Carina Penna contou que o filho de Patrícia sofreu de 💥️negligência e tortura psicológica enquanto morou com a mãe. Segundo a tia do menino, um ex-namorado de Patrícia disse que ela deixava o filho 💥️sem comer, não se preocupava com a escola e passava o dia no telefone. Esses possíveis abusos motivaram a família a procurar o Conselho Tutelar para proteger a criança.

"A gente soube que ela não dava comida direito, que ele ficava com fome vários dias, que ela dava refrigerante pra criança com dois anos, que vivia no celular. Tinha uma questão de negligência na escola também. Eu estive na escola ontem. O menino tem muitas faltas, está com o aprendizado defasado por falta de interesse da família em dar apoio", disse.

Assim como a tia paterna, a avó do menino, mãe de Patrícia, também demonstrava muita preocupação com as condições que a filha oferecia para o neto. As duas juntas decidiram procurar o Conselho Tutelar para denunciar a suspeita de maus-tratos.

Com o pedido da tia, o Conselho Tutelar da Zona Sul enviou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) uma notícia de fato alertando para a "suposta situação de risco" do filho de Patrícia. No documento enviado em dezembro de 2022, os conselheiros informaram que o menino poderia💥️ "ser vítima de negligência e tortura psicológica perpetrada pela genitora".

Filha é presa pelo sequestro da própria mãe no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 2 Filha é presa pelo sequestro da própria mãe no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

Filha é presa pelo sequestro da própria mãe no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

Em janeiro desse ano, o MP respondeu dizendo que "embora a criança sofra com o dissenso entre seus pais, 💥️não se encontra em situação de risco iminente". O MP também decidiu que o caso deveria ser de responsabilidade da 9ª Vara de Família, que já discutia um pedido de mudança de guarda do menor a pedido do pai, o engenheiro 💥️Paulo da Silva e Souza Penna de Moraes.

"Depois desse tempo todo para conseguir provar o óbvio, eu não me surpreendo com esse tipo de decisão. Eu fico frustrada e com medo, mas não me surpreende. A gente tem visto decisões absurdas desde 2023. Desde que a gente entrou com o pedido de guarda, tudo que a gente junta no processo passa batido", comentou Carina.

A denúncia sobre possíveis maus-tratos também foi levada à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). Na unidade, os relatos apontavam para:

Segundo Carina, a relação com a mãe do menino sempre foi conturbada. Ela contou que o irmão dela e Patrícia nunca foram um casal, e que o filho foi fruto de um relacionamento casual.

Ainda de acordo com Carina, Paulo e Patrícia passaram a ter mais problemas a partir de agosto de 2013, quando Paulo recebeu uma proposta de trabalho e passou a morar em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Ela contou que Patrícia bloqueou todos os meios de comunicação com o pai da criança e não passava informações sobre idas ao pediatra ou sobre a escola, por exemplo.

Após a prisão de Patrícia, na última sexta-feira, Carina passou a cuidar do sobrinho. Contudo, essa ainda não é uma decisão definitiva.

O pai do jovem, que atualmente mora em Chicago, nos Estados Unidos, vem tentando assumir a guarda do filho desde 2023. O caso segue tramitando no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em segredo.

Nesta terça-feira (28), a juíza confirmou a guarda provisória da criança para Carina. A família espera que a prisão de Patrícia ajude na decisão definitiva.

A partir de agora, a família do menino espera que tudo se resolva de forma definitiva e que o menino possa ser autorizado a morar com o pai nos EUA.

Em nota, o Conselho Tutelar da Zona Sul, responsável pelo atendimento à família, informou que após receber a denúncia sobre possíveis maus-tratos contra a criança requisitou a intervenção da Polícia Civil (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente Vítima - DCAV) e do MPRJ (3ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital, Tutela Individual).

O colegiado disse ainda que o Conselho Tutelar não tem poder de polícia e não cumpre função de ações próprias da Segurança Pública.

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