Vereadores pediram providências à Prefeitura de São Sebastião para conter deslizamentos de terra antes de tragédia no Litoral No
Civis buscam desaparecidos ao lado de um carro que foi esmagado pelo deslizamento em Vila Sahy, São Sebastião — Foto: Fábio Tito/g1
Em 2022, ao menos três vereadores da Câmara Municipal de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, pediram explicações sobre os investimentos e as medidas que estavam sendo realizadas pela prefeitura para evitar deslizamentos e demais desastres naturais no município.
Na cidade, 64 pessoas morreram vítimas de deslizamentos causados por um temporal entre os dias 18 e 19 de fevereiro, a maior chuva já registrada no Brasil.
Todos os requerimentos constam como arquivados no portal da Câmara Municipal. Eles foram aprovados e respondidos pela prefeitura. Nesse caso, o vereador pode cobrar e fiscalizar o requerimento, mas a execução cabe ao município.
No requerimento do vereador Wagner Teixeira, o município foi questionado sobre "o que tem sido feito para evitar novos desastres em nossa cidade", além de perguntas sobre valores de investimentos e sobre a prefeitura ter destinado "mais dinheiro na decoração de Natal no ano de 2023 do que em recursos para obras de contenção nos bairros mais afetados".
A prefeitura também foi questionada sobre:
O município chegou a responder o vereador, mas não informou os valores dos investimentos.
Entre as questões, respondeu que, na época, realizava, em parceria com a Secretaria de Serviços Públicos, "ações preventivas de limpeza e desobstrução das calhas de drenagens naturais das áreas suscetíveis a alagamentos, inundações e enxurradas, para evitar maiores impactos devido ao transbordamento dos leitos dos rios, facilitando assim o escoamento das águas, prevenindo danos, prejuízos danos, prejuízos e salvaguardando vidas. Salientamos que não houve nenhum registro de óbitos após o inicio dessas ações".
Além disso, afirmou que foi elaborado, com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR ) e a atualização do Mapa de Riscos do município. E, também, que haviam sido adquiridos seis botes "para incursão em áreas alagadas para resgate e remoção de moradores. Equipamentos sediados nas regionais para fácil acesso e resposta aos desastres".
Em 28 de março, o vereador Ercílio de Souza (PV) perguntou à prefeitura sobre a "possibilidade de instituir o Projeto de Lei Auxílio Emergencial para famílias vítimas de fortes chuvas, ventos, deslizamentos, alagamentos, incêndios e outros eventos climáticos extremos". A prefeitura informou que já oferecia benefícios do tipo para a população.
Em 25 de abril, o vereador Daniel Soares (Podemos) questionou a prefeitura sobre a possibilidade da implantação de um "sistema de monitoramento eletrônico de encostas através de sensores que analisam a movimentação de terra e umidade do solo é uma forma de auxiliar a Defesa Civil nos seus trabalhos e assim prevenir acidentes".
Caso a resposta fosse positiva, o vereador pediu uma previsão para a implantação, mas a gestão municipal não respondeu à pergunta.
A Prefeitura informou que "existia a possibilidade [de implementação], tendo em vista que toda ferramenta de solo e gestão dos riscos existentes é de suma importância para o andamento dos trabalhos da Defesa Civil". E afirmou ainda que usava o sistema de monitoramento presencial, com avaliações técnicas de solo e imóveis. E que esse monitoramento ocorre "durante eventos denominados 'forte chuvas'. Ocorre também o monitoramento fora do período de chuva, quando equipes são acionadas pelo munícipe".
2 de 2 Resposta da Prefeitura de São Sebastião ao Vereador Daniel Soares. — Foto: Reprodução.Resposta da Prefeitura de São Sebastião ao Vereador Daniel Soares. — Foto: Reprodução.
Avanço da ocupação urbana na Vila Sahy. — Foto: MapBiomas
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Para Pedro Luiz Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP), tragédias como a do Litoral Norte estão cada vez mais recorrentes e poderiam ser evitadas se houvesse mais planejamento por parte dos municípios.
E continua: “Normalmente, a destinação de recursos é feita sob demanda, ou seja, o município precisa fazer a solicitação. Quando aconteceu no ano passado a tragédia de Petrópolis, descobriram que em 2017 tinha sido feito um levantamento que apontou áreas críticas e foi destinado dinheiro para resolver esse tipo de problema, mas o dinheiro não foi usado, o prefeito que recebeu os recursos não soube muito bem o que fazer. Então, em casos como esse, falta planejamento, boa vontade política na execução".
💥️Sobre a possibilidade da implantação um sistema de monitoramento eletrônico de encostas, a prefeitura respondeu que:
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