Veja áreas onde serão construídas casas para vítimas de chuva devastadora em São Sebastião

A chuva em São Sebastião deixou mais de mil pessoas desabrigadas na cidade. Na última semana, o governo estadual anunciou a construção de casas populares para que as pessoas sejam abrigadas fora das áreas de risco. De acordo com o Ministério Público, são mais de 100 áreas vulneráveis a desastres ocupadas na cidade.

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Foram anunciados seis terrenos em quatro bairros. Os locais ficam nos bairros Topolândia, Maresias, Barequeçaba e uma área na própria Vila Sahy – epicentro da tragédia. Inicialmente, o governo estima que de 400 a 600 casas sejam construídas nessas três áreas.

Último boletim divulgado pelo estado aponta que a tragédia no Litoral Norte de São Paulo deixou 1.090 desalojados e 1.126 desabrigados até esta quarta-feira (1°).

Onde ficam os terrenos que receberão os desabrigados de São Sebastião — Foto: Arte/g1 1 de 4 Onde ficam os terrenos que receberão os desabrigados de São Sebastião — Foto: Arte/g1

Onde ficam os terrenos que receberão os desabrigados de São Sebastião — Foto: Arte/g1

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e da Habitação de São Paulo informou que ainda não está definido para onde as famílias irão.

Moradores da Vila Sahy, onde está a maior parte dos afetados pela tragédia, temem ser levados para a Topolândia, a 45 km de distância de onde hoje moram.

Os moradores trabalham nas casas de veraneio e em comércios na região sul da cidade e dizem que a transferência, se ocorrer, os deixaria sem ter como trabalhar.

💥️Confira, abaixo, a localização das áreas.

Estado desapropriou área na Vila Sahy para construir moradias — Foto: g1 2 de 4 Estado desapropriou área na Vila Sahy para construir moradias — Foto: g1

Estado desapropriou área na Vila Sahy para construir moradias — Foto: g1

Um dos terrenos fica na Vila Sahy, epicentro da tragédia e que registrou a maior parte das mais de 64 mortes.

O local é uma área que fazia parte de um projeto de reurbanização da comunidade, com a construção de casas fora da área de risco pelo CDHU, oferecido em janeiro de 2022, mas que terminou sem resposta da prefeitura.

O terreno tem 10 mil m² e foi desapropriado pelo governo estadual no último sábado (25). Segundo o governo, apesar de estar próximo da comunidade alvo de deslizamentos💥️, a área é plana e segura. Apesar disso, moradores dizem que na área ocorrem alagamentos.

Pelo menos 80 casas serão construídas no local, de acordo com o governo estadual. Segundo o Ministério das Cidades, as casas construídas serão parte do programa "Minha Casa, Minha Vida".

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Terreno na Topolândia deve receber casas populares para vítimas da chuva. — Foto: g1 3 de 4 Terreno na Topolândia deve receber casas populares para vítimas da chuva. — Foto: g1

Terreno na Topolândia deve receber casas populares para vítimas da chuva. — Foto: g1

O segundo terreno é da prefeitura e, segundo a administração, vai ser cedido para a construção de casas à população desabrigada. A área de 8,9 mil m² fica na rua Professor Machado Rosa, no Topolândia, a 45 km da área mais atingida pela chuva.

A região é periférica e fica próxima à Praia do Deodato. Em 2018, a praia chegou a ser chamada pela prefeitura de "cracolândia" de São Sebastião.

O novo endereço é alvo de discussão entre os moradores. Isso porque a prefeitura e o governo do estado não deixaram claro se os moradores da Vila Sahy, que fica na região sul da cidade, vão ser transferidos para lá.

A comunidade no Sahy tem como atividade principal o trabalho nas casas de veraneio e comércios na região sul, e a distância impactaria no trabalho.

Além disso, o bairro sofre com alagamentos, e pelo menos duas casas desabaram por completo no dia da tragédia.

O 💥️g1 questionou a Secretaria de Habitação se há a previsão de que moradores da Vila Sahy sejam encaminhados para moradias populares que serão construídas no Topolândia. Por meio de nota, a Secretaria de Habitação informou que isso não foi definido e que "ainda precisam definir alguns pontos e análises para poder anunciar essas informações com exatidão".

Berço do surfista Gabriel Medina, Maresias é um dos destinos turísticos mais conhecidos da cidade e abriga casas luxuosas. O terreno para moradias populares também seria doado pela prefeitura de São Sebastião, que disponibilizou três áreas no bairro para avaliação do Estado:

Em 2023, a prefeitura chegou a anunciar a construção de 220 imóveis populares no bairro. O terreno para a construção seria o da Avenida Paquetá. A obra, no entanto, não saiu do papel e foi alvo de polêmicas.

À época do anúncio de casas populares, uma associação de moradores se posicionou contra, dizendo que haveria insegurança e que pessoas de baixa renda não poderiam se manter no bairro.

Em uma reunião do grupo contra as moradias, o então secretário de comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que tem casa em Maresias, disse que já havia falado com o presidente da Caixa sobre o assunto .

Menos de 20 dias depois, a prefeitura suspendeu a seleção de empresas para construção das moradias sob alegação de que a Caixa não tinha disponibilidade de recursos para financiar a obra.

Nesta segunda, a possível interferência de Wajngarten para barrar a construção das moradias populares em Maresias foi alvo de uma denúncia do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) ao Ministério Público Federal.

No Twitter, Wajngarten afirmou que sua participação na reunião tinha objetivo de ajudar a população.

Procurada pelo 💥️g1, a Caixa informou que foi consultada pela Prefeitura de São Sebastião sobre a possibilidade de financiar a obra, mas esclareceu que atua conforme diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Regional e que não havia, à época, portaria para abertura de seleções que permitissem a contratação de projetos para faixa mais popular do programa Minha Casa, Minha Vida.

Em entrevista ao 💥️g1, Dircéia Arruda, atual presidente da Associação Amigos da Praia de Maresias, disse que a comunidade nunca tentou impedir a construção das moradias, apenas questionaram questões de segurança e problemas de infraestrutura.

“Cada bairro pode ter a sua construção. Ninguém é contra a construção. O que somos contra é trazer 400 moradias para um único local que não tem nenhuma estrutura, seja de saneamento ou logística. Nunca vi em uma reunião dizermos que somos contra a construção de moradia popular. Nossa briga é por saneamento e que as construções sejam feitas por núcleo, em cada bairro. Assim, conseguimos manter uma qualidade na infraestrutura do município, que já não suporta tanta gente”, afirmou.

Localizado próximo da região central de São Sebastião, o bairro Baraqueçaba fica a cerca de 38 km da Vila do Sahy. O local também é um dos destinos turísticos da cidade.

O terreno cedido pela prefeitura é na rua Maria Amália de Jesus e tem cerca de 2,5 mil m². A área fica em um espaço residencial.

A Prefeitura de São Sebastião informou nesta segunda-feira (27), a administração ainda avalia possíveis áreas em Barra do Una e na Baleia Verde.

Bombeiros fazem buscas por vítimas do temporal na Vila Sahy, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, no dia 26 de fevereiro de 2023 — Foto: GloboNews/Reprodução 4 de 4 Bombeiros fazem buscas por vítimas do temporal na Vila Sahy, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, no dia 26 de fevereiro de 2023 — Foto: GloboNews/Reprodução

Bombeiros fazem buscas por vítimas do temporal na Vila Sahy, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, no dia 26 de fevereiro de 2023 — Foto: GloboNews/Reprodução

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