Acusado de ajudar assassino de Karina Garofalo é condenado a 30 anos de prisão
Karina Garofalo foi morta na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio — Foto: Foto/Redes Sociais
Hamir Feitosa Todorovic, um dos acusados de envolvimento no assassinato da advogada Karina Garofalo, foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado, através de júri popular.
A sentença divulgada nesta quarta-feira (1º), após mais de 12 horas de sessão no plenário do Tribunal do Júri da Primeira Vara Criminal do Rio de Janeiro. O julgamento foi conduzido pela juíza titular Alessandra da Rocha Lima Roidis.
Hamir trabalhava como guarda municipal em Porto Real (RJ) e prestava serviços particulares a 💥️Pedro Paulo de Barros Pereira Júnior, ex-marido de Karina, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime.
2 de 8 Pedro Paulo Barros Pereira Júnior, acusado de ser o mandante do crime — Foto: Reprodução/TV GloboPedro Paulo Barros Pereira Júnior, acusado de ser o mandante do crime — Foto: Reprodução/TV Globo
💥️Paulo Maurício Barros Pereira, primo de Pedro Paulo, é acusado de realizar os disparos contra Karina, com o apoio logístico de Hamir.
3 de 8 Paulo Maurício Barros Pereira, acusado de ser o assassino de Karina Garofalo — Foto: Reprodução/TV GloboPaulo Maurício Barros Pereira, acusado de ser o assassino de Karina Garofalo — Foto: Reprodução/TV Globo
Pedro Paulo e Paulo Maurício, na época empresários conhecidos em Volta Redonda (RJ), também responderão por homicídio triplamente qualificado, em júri popular. Os dois estão presos desde a época do crime e aguardam a designação da data da sessão de julgamento.
Durante a sessão, Hamir utilizou o direito constitucional de permanecer em silêncio e teve os argumentos apresentados por uma defensora pública.
"A defesa pediu a absolvição do acusado por falta de provas nos autos e, subsidiariamente, a desclassificação da conduta narrada na denúncia por ausência de dolo consistente em participação distintamente dolosa", informou o TJ-RJ.
Do outro lado, foram apresentadas provas e depoimentos de testemunhas que trouxeram detalhes dos elementos que antecederam o fato e também relatos de como Hamir se comportou após o homicídio.
Ainda de acordo com a decisão publicada pelo TJ-RJ, a defesa do réu declarou que deseja recorrer da condenação. O g1 entrou em contato e aguarda a posição da defesa de Hamir — a nota será incluída nesta reportagem.
💥️Confira a íntegra da nota de Paulo Maurício enviada ao 💥️g1💥️:
disse o advogado Marcelo Masô.
💥️Confira a íntegra do posicionamento da defesa de Pedro Paulo:
Raphael Mattos.
Os familiares da vítima acompanham todo o processo e estiveram no julgamento deste primeiro acusado.
"A família de Karina, que sofre até hoje os impactos desse ato criminoso, recebe a notícia da condenação como uma resposta da sociedade que repudia crimes dessa natureza, com esperança no combate ao crime contra as mulheres da nossa sociedade, esperando que a escorreita decisão do Tribunal do Júri traga justiça a os envolvidos neste triste episódio", informou, em nota enviada ao g1.
4 de 8 Karina Garofalo foi morta a tiros enquanto caminhada ao lado do filho de 13 anos — Foto: Redes Sociais
Karina Garofalo foi morta a tiros enquanto caminhada ao lado do filho de 13 anos — Foto: Redes Sociais
Karina foi assassinada no dia 15 de agosto de 2018. Na época, o caso ganhou uma grande repercussão em todo o país. A advogada, que tinha 44 anos, foi executada na frente do filho, na época com 11 anos, em uma rua na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Karina era natural de Volta Redonda (RJ) e estava morando no Rio. Ela tinha carro blindado e motorista particular.
Por volta de 13h, ela pegou o filho na escola e os dois almoçaram no shopping que fica a poucos metros de onde moravam. Por isso, dispensou o motorista para voltar a pé para casa, mas não imaginava que já estava sendo seguida.
Imagens de câmeras de segurança mostram o trajeto do homem apontado como o assassino. Pouco antes do crime, ele chega de carro ao shopping onde já estavam Karina e o filho. Neste momento, ele estaria sendo acobertado por Hamir, que estava em uma moto.
5 de 8 Momento em que o acusado chega ao shopping — Foto: Reprodução/TV GloboMomento em que o acusado chega ao shopping — Foto: Reprodução/TV Globo
Assim que Karina e o filho saíram do shopping caminhando, o assassino desceu do carro e foi em direção aos dois. Ele segurou Karina pelos cabelos e atirou. Ela foi atingida por dois tiros na cabeça e outros dois no pescoço.
6 de 8 Momento em que o assassino se aproxima de Karina e o filho — Foto: Reprodução/TV GloboMomento em que o assassino se aproxima de Karina e o filho — Foto: Reprodução/TV Globo
Karina morreu na hora. Em seguida, o assassino voltou correndo para o carro. A criança não ficou ferida, e nada foi levado.
Outras imagens de câmeras de segurança mostram a rota de fuga do criminoso. Em certo momento, ele parou em um sinal e, com pressa e parecendo nervoso, chegou a esbarrar em dois carros. Um quilômetro depois, ele abandonou o carro e jogou duas armas em um terreno baldio, uma delas usada para matar Karina.
7 de 8 Momento em que o acusado se livra das armas em um terreno baldio — Foto: Reprodução/TV GloboMomento em que o acusado se livra das armas em um terreno baldio — Foto: Reprodução/TV Globo
As pistolas e um silenciador foram recolhidos pela polícia. As investigações logo apontaram que o crime foi cometido por Paulo Maurício. O atirador foi, inclusive, reconhecido pelo filho de Karina.
8 de 8 Arma e silenciador usados na execução de Karina Garofalo na Barra da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV GloboArma e silenciador usados na execução de Karina Garofalo na Barra da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo
No dia seguinte ao crime, a Justiça já havia mandado prender Paulo Maurício e também Pedro Paulo. Dias depois, Hamir também teve a prisão decretada.
A denúncia do Ministério Público aponta que a morte foi encomendada por Pedro Paulo por vingança e ciúmes, já que o ex-marido travava com a vítima disputas judiciais envolvendo a divisão de bens e questões relacionadas à guarda dos filhos. O denunciado teria ficado contrariado quando a ex-esposa ficou noiva e passou a morar com o novo companheiro.
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"Um crime bárbaro, praticado à luz do dia e beira o amadorismo. Foi uma covardia terrível. O motivo é fútil. A vítima não teve a menor possibilidade de defesa. Tem a participação de um marido contra uma ex-esposa na frente de um filho em comum", disse, na época, o delegado de Polícia Civil André Morais.
Karina e Pedro Paulo foram casados por 15 anos. Eles tiveram dois filhos, um deles a criança que presenciou o homicídio, e estavam separados há cinco anos.
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