IBGE realizará coleta final de dados para o Censo na Terra Indígena Yanomami
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizará neste mês de março uma coleta final de dados para o Censo Demográfico junto aos moradores da Terra Indígena Yanomami.
A operação será iniciada na próxima segunda-feira (6). A previsão é seja concluída entre 20 e 30 dias, mas o prazo exato vai depender das condições climáticas para acesso à região.
Durante a realização do Censo, os recenseadores já coletaram dados de 21.579 pessoas que vivem no território Yanomami em Roraima e no Amazonas. O número corresponde à metade da população estimada para o território.
O restante do povo indígena Yanomami mora em locais de difícil acesso, em que só é possível chegar por helicóptero. Há, ainda, a questão de segurança, porque são áreas de conflito devido ao garimpo ilegal.
"O que nós temos é um Censo para terminar no Brasil. Esse é o foco agora. Isso é para o futuro. Temos o Censo para terminar, Censo para revisar, para tirar qualquer dúvida", afirmou a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Por isso, o governo decidiu fazer uma força-tarefa para finalizar a obtenção de dados junto ao povo Yanomami.
A força-tarefa vai envolver os ministérios do Planejamento, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Povos Indígenas. Um termo de cooperação foi assinado pelos ministérios nesta quinta-feira (2).
O objetivo é viabilizar os detalhes logísticos da viagem de recenseadores e supervisores do instituto até a Terra Indígena Yanomami. Também haverá técnicos militares e policiais de apoio para garantir a segurança dos recenseadores.
Ao todo, o IBGE estima um contingente de 38 pessoas para garantir a coleta de dados. As equipes usarão, em diferentes turnos, três helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os recenseadores também estão de quarentena para evitar levar Covid ou outras doenças para a população.
Segundo o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, a expectativa é que de 10 mil a 15 mil indígenas Yanomami sejam recenseados agora em março.
Ele explicou que essa operação era para ter acontecido no fim do ano passado, porém os helicópteros não foram disponibilizados pelo governo Bolsonaro.
Oficialmente, a coleta de dados do Censo Demográfico terminou na terça-feira (28) .
A etapa de apuração das informações começou na quarta-feira (1º). Os supervisores técnicos do IBGE podem, contudo, determinar retornos ao campo, se necessário.
Ou seja, determinados bairros em algumas cidades podem passar por ações específicas de recenseamento, para fins de conferência das informações ou mesmo para determinar se domicílios encontrados vazios estão, de fato, desocupados.
Cimar Azeredo, presidente interino do IBGE, disse que o telefone 137 continua à disposição para aqueles que ainda não responderam ao Censo.
"A população tem que procurar o IBGE, o 137 ainda está aberto e é fundamental que procure o IBGE nesta fase de apuração. Estamos com o Censo atrasado, já era para ter divulgado, mas o mais importante é que o IBGE quer garantir a cobertura total, e isso o Censo não abre mão, porque o Censo é a única pesquisa que garante divulgação para áreas menores", afirmou.
"Se você quer política pública, seja para você, seja para população menos abastada, você precisa responder o IBGE. Abastecimento de água, creche, rua esburacada, tudo isso vem do Censo", completou.
Ele relatou que a maior dificuldade, além da terra Yanomami, está em entrevistar moradores de condomínios de alta renda e moradores de comunidades. Os primeiros, porque não estão recebendo os recenseadores. Os segundos, porque trabalham o dia inteiro e voltam para casa somente após às 21 horas.
Ao todo, mais de 91% da população brasileira foi recenseada pelo IBGE, isto é, 189,3 milhões de pessoas. A meta é chegar a 95% ou 96%, informou Azeredo.
A divulgação dos dados do Censo está prevista para o fim de abril.
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