Dólar fecha em leve queda após sinais de crescimento econômico nos EUA
Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (3). O movimento vem em meio a um maior apetite por risco no exterior, após dados apontarem para um crescimento econômico nos EUA. Os sinais de que isso pode se refletir em um aumento de juros no país, no entanto, impediram um recuo maior da moeda.
Na agenda local, investidores ainda repercutiram críticas renovadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,06%, cotada a R$ 5,2004. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,20%, cotada a R$ 5,2029. 💥️Com o resultado, a moeda fechou a semana com alta de 0,02%. No mês e no ano, no entanto, ainda acumula quedas de 0,48% e 1,48%, respectivamente.
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No Brasil, o ambiente político voltou a perturbar o mercado financeiro, com as declarações do presidente Lula e possível mudança da política de preços da Petrobras.
O presidente e ministros do governo federal retomaram críticas ao patamar mantido pelo Banco Central para a Selic, taxa de juros básica no Brasil.
"O que eu estou dizendo é a máxima verdade: não existe explicação para a taxa de juros ter 13,75%. Não existe excesso de consumo, não existe inflação de consumo neste país. A economia não está crescendo", completou.
Além disso, ainda repercutem nos mercados as declarações do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que disse nesta quinta-feira (2) que a empresa pode seguir outros referenciais fora da Paridade de Preços de Importação (PPI) para definir seus preços.
Segundo Prates, a PPI é uma "abstração", e a Petrobras vai "praticar preços competitivos como ela achar melhor". A Paridade de Preços de Importação (PPI) consiste em vender a gasolina e o diesel com base no custo de importação do produto para o Brasil.
"O PPI é uma referência e, se julgar necessário, terá mais de uma referência para ter o melhor preço para o consumidor", explicou em sua primeira entrevista coletiva à frente do cargo, no Rio de Janeiro.
Já no exterior, o mercado continua a monitorar sinais sobre o rumo da política monetária em países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, onde a atividade econômica continua acelerada.
Dados divulgados nesta sexta-feira apontam que o setor de serviços dos EUA cresceu a um ritmo sustentado em fevereiro, com empregos e novos pedidos em máximas em mais de um ano.
Com essa aceleração, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem mais dificuldade de controlar o avanço da inflação. O remédio para conter a alta dos preços, então, é manter as taxas de juros em patamares elevados. Hoje, os juros americanos estão entre 4,5% e 4,75% ao ano.
Juros mais altos implicam em um rendimento maior para os títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo. Assim, investidores migram para esses investimentos, o que favorece o dólar em relação a moedas de outros países, principalmente os emergentes, como o Brasil.
Mas analistas em uma pesquisa da Reuters ainda preveem fraqueza para a moeda norte-americana dentro de um ano, mesmo com uma melhora nas perspectivas globais e expectativas de que o Federal Reserve pare de aumentar os juros bem antes do Banco Central Europeu.
Espera-se, então, que o dólar seja negociado abaixo dos níveis atuais em relação a todas as principais moedas nos próximos 12 meses. Embora analistas tenham previsto um dólar mais fraco em 12 meses por mais de cinco anos, suas previsões só se concretizaram em 2023, quando a divisa enfraqueceu mais de 6,5%.
Na Europa, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da S&P Global mostra que a recuperação da atividade empresarial da zona do euro ganhou ritmo no mês passado, com crescimento acelerado no setor de serviços.
O indicador subiu para um pico em oito meses de 52,0 no mês passado, de 50,3 em janeiro, um pouco abaixo de leitura preliminar de 52,3. Fevereiro marcou seu segundo mês consecutivo acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
"Uma expansão retumbante da atividade empresarial em fevereiro ajuda a aliviar as preocupações de uma recessão na zona do euro, por enquanto", disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global.
"Há sinais claros de que a confiança empresarial se recuperou das mínimas observadas no final do ano passado, impulsionada por menos preocupações com o mercado de energia, bem como sinais de que a inflação atingiu o pico e os riscos de recessão diminuíram."
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