Diante de explicação frágil de Bolsonaro no caso das joias, aliados evitam defender o ex-presidente
O entorno político mais próximo de Jair Bolsonaro avalia como sofrível a explicação dele para o caso das joias dadas pela Arábia Saudita e que iriam para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Na avaliação desses aliados, enquanto Bolsonaro não der uma justificativa convincente, será difícil sair em defesa do ex-presidente. Ele tem dito que não tinha conhecimentos das joias (avaliadas em R$ 16,5 milhões) e que elas iriam para o acervo do Estado.
Só que o funcionário do governo que tentou entrar no Brasil sem declarar os itens à Receita, contrariando a lei, não adotou o procedimento de listar as joias como acervo do Estado.
Nas palavras de um ex-ministro, haverá um custo político muito grande para qualquer um que tente "defender o indefensável".
A percepção desses políticos, inclusive no PL, partido do ex-presidente, é que Bolsonaro sofre um grande desgaste nesse episódio, porque se trata de um caso fácil de ser compreendido pela população: tentativa de ficar com joias milionárias que deveriam ser patrimônio do Estado brasileiro.
Até aqui, além de uma declaração tímida de Bolsonaro e de uma postagem curta de Michelle nas redes sociais, o único aliado que ousou falar alguma coisa sobre o caso foi o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que já deu três versões para o episódio. Foi a comitiva liderada por ele que trouxe as joias do Oriente Médio.
No PL, o silêncio é constrangedor.
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