‘Quantas famílias vão ser destruídas por uma guerra que não é nossa?’, diz irmã de homem morto na Freguesia
A irmã de Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, que morreu na segunda-feira (6), afirmou que deseja uma investigação sobre a troca de tiros na qual ele foi atingido na cabeça no domingo (5), na comunidade da Tirol, na Freguesia, na Zona Oeste do Rio.
“A gente só quer justiça. Porque, infelizmente, é mais uma vítima, mais um inocente. A gente não aguenta mais. O sonho dele, que era ser pai, foi destruído. Eu quero uma investigação, porque isso não é justo. É mais um sonho, mais uma família destruída”, afirmou Amanda da Silva Gomes, irmã de Uesclei.
Ela questionou quantos casos semelhantes vão acontecer.
1 de 2 Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, morreu na segunda-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo
Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, morreu na segunda-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo
A família conta que Uesclei estava saindo da casa de uma irmã e indo para a casa dele. A distância entre os dois pontos deveria ser percorrida em 15 minutos a pé. Durante a caminhada, ele foi surpreendido por um tiroteio entre policiais e criminosos e tentou se esconder atrás de um carro na Rua Tirol.
“Eu fiquei sabendo porque uma vizinha minha que o viu caído na hora. Aí ela me ligou urgente. Ele estava na casa da minha irmã, vendo filme. Acabou o filme, ele subiu para casa. Quando ele subiu, eles começaram a atirar. Ele gritando que era morador, e eles não paravam de atirar”, disse.
Ele foi atingido na cabeça quando estava embaixo do carro onde se escondia. Parentes afirmam que ele aguardou por socorro por 40 minutos e foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, por vizinhos. Depois, foi transferido para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde morreu.
2 de 2 Amanda da Silva Gomes conta que Uesclei era montador de caixas e trabalhava com carteira assinada — Foto: Reprodução/TV GloboAmanda da Silva Gomes conta que Uesclei era montador de caixas e trabalhava com carteira assinada — Foto: Reprodução/TV Globo
A família afirma que Uesclei não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, que trabalhava como montador de caixas e tinha carteira assinada. Ela afirma que o irmão não teve apoio da PM.
“Não prestaram socorro, não ajudaram e ainda ficaram rindo do nosso desespero. Meu irmão ficou 40 minutos deitado no chão porque a ambulância não queria subir pois é uma área de risco”, afirmou Amanda.
A Polícia Militar afirma que, no domingo, os agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) foram atacados por criminosos que estavam em uma área de mata da comunidade da Tirol. Os policiais tiveram que solicitar apoio. Depois do confronto, os policiais foram informados que um homem deu entrada no Hospital Lourenço Jorge.
A PM informou ainda que as informações recebidas indicavam que a vítima era um homem que estava saindo da casa de uma irmã quando foi atingida por um tiro.
Os policiais envolvidos devem prestar depoimento na 41ª DP (Tanque), que investiga o caso. A PM ressaltou que a corporação colabora com as investigações da Polícia Civil.
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