Dólar fecha em alta após Fed sinalizar altas mais fortes de juros nos EUA

Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels 1 de 1 Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels

Cédulas de dólar — Foto: John Guccione/Pexels

O dólar fechou a sessão desta terça-feira (7) em alta, na medida em que investidores digeriam indicações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode trazer altas mais fortes de juros em suas próximas reuniões de política monetária.

Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 0,50%, cotada a R$ 5,1932. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,62%, cotada a R$ 5,1674. 💥️Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular perdas de 0,61% no mês e de 1,61% no ano.

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As atenções do dia ficaram com o depoimento de Jerome Powell, presidente do Fed sobre a política monetária nos EUA ao Comitê de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado. Durante o discurso, Powell afirmou que o BC norte-americano pode revisar o ponto final de parada do aumento de juros no país.

"Os dados que vimos até agora, e ainda temos outros dados para ver, ainda temos dados significativos para ver antes da reunião, sugerem que a taxa final que definirmos pode muito bem ser maior do que a que definimos em dezembro”, disse Powell ao Comitê Bancário do Senado.

O discurso aumentou a percepção de que o Fed poderá elevar sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião, e não em 0,25 p.p..

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.

Ainda no exterior, dados comerciais da China mostraram queda nas exportações e importações no período de janeiro a fevereiro, apontando para continuidade da fraqueza na demanda pelos produtos do país.

Entre indicadores brasileiros, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou variação positiva de 0,04% em fevereiro, desacelerando ligeiramente ante a taxa de 0,06% do mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado ficou acima de expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,01%, e levou o índice a acumular alta de 1,53% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a deflação nos preços ao produtor desacelerou no mês passado, mas foi compensada por um arrefecimento no ritmo de alta dos preços ao consumidor e no setor de construção, o que ajudou a manter a variação média do IGP praticamente inalterada.

Já o Indicador Antecedente de Emprego do Brasil avançou 0,8 ponto em fevereiro, a 74,7 pontos, compensando queda que havia sido registrada em janeiro, mostraram dados divulgados nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, havia recuado 0,8 ponto no mês anterior. Apesar da recuperação do terreno perdido, o índice segue em níveis historicamente baixos, segundo a FGV.

"As expectativas de desaceleração econômica do ano têm impactado o ímpeto de contratação de pessoal ocupado das empresas, impedindo que o IAEmp volte a ganhar fôlego em 2023", explicou Anna Carolina Gouveia, economista do Ibre/FGV.

Por fim, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também calculado pelo Ibre/FGV, subiu 1,06% em fevereiro, o que representa uma desaceleração em relação à taxa mensal de 4,20% registrada no mês anterior. Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 10,74% em janeiro de 2023 para 8,73% em fevereiro de 2023.

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