‘Estou sofrendo hoje, amanhã será outra mãe’, diz faxineira ao tentar liberar corpo do filho baleado na Freguesia

Amanda, irmã de Uesclei, e a mãe, Neuza, no IML do Centro do Rio — Foto: Rafael Nascimento/g1 Rio 1 de 3 Amanda, irmã de Uesclei, e a mãe, Neuza, no IML do Centro do Rio — Foto: Rafael Nascimento/g1 Rio

Amanda, irmã de Uesclei, e a mãe, Neuza, no IML do Centro do Rio — Foto: Rafael Nascimento/g1 Rio

O desabafo é da 💥️faxineira Neuza Batista da Silva, que esteve na manhã desta terça-feira (7) no Instituto Médico Legal do Centro do Rio para liberar o corpo do filho, 💥️Uesclei da Silva Estácio. O jovem de 29 anos foi baleado na cabeça durante uma troca de tiros na comunidade da Tirol, na Freguesia, na Zona Oeste, no domingo (5). Ele morreu no dia seguinte.

Nascida e criada na Tirol, Neuza diz que mais famílias irão sofrer com essa guerra, "que não é do morador."

"Ele foi no meu colo até o Lourenço Jorge. Eles não ajudaram. A PM não ajudou. Eles negaram ajuda. Ele ficou 40 minutos no chão. Se a ambulância tivesse subido, ele teria sido salvo. O meu filho só ficava agoniado. Eu falava com ele que a mamãe amava ele", disse.

A família quer Uesclei seja enterrado no Cemitério do Pechincha. Mas ainda não há previsão para o velório e o enterro.

A irmã do jovem, Amanda da Silva Gomes, disse ao 💥️Bom Dia Rio que espera que uma investigação sobre o caso seja feita.

“A gente só quer justiça. Porque, infelizmente, é mais uma vítima, mais um inocente. A gente não aguenta mais. O sonho dele, que era ser pai, foi destruído. Eu quero uma investigação, porque isso não é justo. É mais um sonho, mais uma família destruída”, disse.

Ela questionou quantos casos semelhantes vão acontecer.

Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, morreu na segunda-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo 2 de 3 Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, morreu na segunda-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo

Uesclei da Silva Estácio, de 29 anos, morreu na segunda-feira (6) — Foto: Reprodução/ TV Globo

A família conta que Uesclei estava saindo da casa de uma irmã e indo para a casa dele. A distância entre os dois pontos deveria ser percorrida em 15 minutos a pé. Durante a caminhada, ele foi surpreendido por um tiroteio entre policiais e criminosos e tentou se esconder atrás de um carro na Rua Tirol.

“Eu fiquei sabendo porque uma vizinha minha que o viu caído na hora. Aí ela me ligou urgente. Ele estava na casa da minha irmã, vendo filme. Acabou o filme, ele subiu para casa. Quando ele subiu, eles começaram a atirar. Ele gritando que era morador, e eles não paravam de atirar”, disse.

Ele foi atingido na cabeça quando estava embaixo do carro onde se escondia. Parentes afirmam que ele aguardou por socorro por 40 minutos e foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, por vizinhos. Depois, foi transferido para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde morreu.

Amanda da Silva Gomes conta que Uesclei era montador de caixas e trabalhava com carteira assinada — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 3 Amanda da Silva Gomes conta que Uesclei era montador de caixas e trabalhava com carteira assinada — Foto: Reprodução/TV Globo

Amanda da Silva Gomes conta que Uesclei era montador de caixas e trabalhava com carteira assinada — Foto: Reprodução/TV Globo

A família afirma que Uesclei não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, que trabalhava como montador de caixas e tinha carteira assinada. Ela afirma que o irmão não teve apoio da PM.

“Não prestaram socorro, não ajudaram e ainda ficaram rindo do nosso desespero. Meu irmão ficou 40 minutos deitado no chão porque a ambulância não queria subir pois é uma área de risco”, afirmou Amanda.

A Polícia Militar afirma que, no domingo, os agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) foram atacados por criminosos que estavam em uma área de mata da comunidade da Tirol. Os policiais tiveram que solicitar apoio. Depois do confronto, os policiais foram informados que um homem deu entrada no Hospital Lourenço Jorge.

A PM informou ainda que as informações recebidas indicavam que a vítima era um homem que estava saindo da casa de uma irmã quando foi atingida por um tiro.

Os policiais envolvidos devem prestar depoimento na 41ª DP (Tanque), que investiga o caso. A PM ressaltou que a corporação colabora com as investigações da Polícia Civil.

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