Suco e água de coco da Queiroz Galvão crescem nas marcas da Coca-Cola, Ambev e outras
Uva da irrigação do Nordeste entre a mesa e o suco, com a Timbaúba ficando mais na segunda (Imagem: Waldo Swiegers/Bloomberg)
O braço agrícola da Queiroz Galvão segue operando firme independente dos problemas que a empresa-mãe do grupo (empreiteira) passa após envolvimento com a Operação lava Jato e praticamente em simultâneo investiu na diversificação. De produtora de frutas de mesa verticalizou para o processamento. E como outras do setor, aproveitou a consolidação dos players de bebidas no mercado de sucos e águas, e está descarregando nas portas da Coca-Cola e da Ambev, entre outras.
O movimento das grandes marcas de refrigerantes e cervejas começou com o aumento da demanda por bebidas mais saudáveis, mas só funcionou mesmo para elas por conta da capilaridade junto aos pontos de vendas, dentro daquela máxima de que “o mesmo caminhão que levava uma coisa, leva várias”. A logística fez a diferença.
E nisso, a Timbaúba Agrícola, foi saindo da uva de mesa, em 550 hectares no perímetro irrigado do Vale do São Francisco, modulou para as variedades de suco (Isabel, magna e camern, as principais), em 350 hectares hoje e montou uma indústria. Em paralelo, foi deixando a manga de mesa (em processo praticamente concluído) e foi jogando mudas de coco na terra árida amansada pela água do Velho Chico.
A maturação continua após seis anos, “e ainda não se pagou totalmente”, mas pelos mais 100 hectares com uva para suco serão acrescentados para 2023, segundo o presidente Sérgio Lima.
Somente em suco integral, engarrafado, são cerca de 100 mil litros mensais que chegam aos clientes do Sul e Sudeste, bem como 600 mil litros de água de coco. A empresa não fornece valores de investimentos e faturamento.
No total, a Timbaúba planta e processa em 1 mil hectares no lado pernambucano, de Petrolina.
Hoje, segundo Sérgio Lima, além de aproveitar as sinergias próprias de agroindústria, a empresa foi mudando as operações deixando de lado parte dos custos mais pesados da fruticultura nordestina irrigada, especialmente a de frutas frescas.
“Chegamos a ter 6 mil funcionários, sendo que a mão de obra representa 50% dos custos da fruta de mesa”, explica o executivo. Hoje, os custos com água e energia também estão mais salgados.
Por necessitar um trabalho de manejo e colheita mais delicado, inclusive no packing house (área de seleção), as uvas, mangas e outras destinadas diretamente aos atacadistas e varejistas consomem.
Outra ponto importante para a Timbaúba, que se alinhou com os demais na decisão de ficar mais no suco, foi escapar da volatilidade cambial. Frutas de mesa têm uma destinação mais rentável quando focada nas exportações.
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