Campos Neto destaca importância de autonomia da UIF, novo Coaf
Campos Neto ressaltou ainda estar seguro de que os termos do projeto de lei complementar (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta quinta-feira a importância da autonomia da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), vinculada administrativamente ao BC.
Na terça-feira, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi transformado pelo governo na UIF, com Campos Neto mudando o chefe do órgão de fiscalização, mas mantendo seus conselheiros.
A Medida Provisória editada pelo governo com a alteração da alocação do Coaf também abriu brecha para indicações políticas no seu Conselho Deliberativo, suscitando críticas de servidores.
“A importância de se ter um órgão autônomo de análise e geração de inteligência sobre o fluxo de informações financeiras fica evidente nas estruturas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa adotadas em vários países”, disse ele na posse do presidente da UIF, Ricardo Liáo, segundo apontamentos divulgados pelo BC.
Segundo Campos Neto, a instituição da unidade busca cinco objetivos: cooperação mais próxima entre BC e UIF no emprego da capacidade técnica especializada; alinhamento a recomendações e melhores práticas internacionais; garantia da autonomia técnica e operacional para o exame e identificação de ocorrências de suspeitas de atividades ilícitas; fortalecimento de padrões de governança, com o respaldo da autonomia conferida ao BC; e reforço à segurança da informação.
“Vejo na integração UIF ao BC, nesse momento que precede a autonomia de jure do banco, um importante passo para a implantação de uma estrutura autônoma que permitirá a continuidade e o aprimoramento do bom trabalho hoje desempenhado pelo Coaf”, completou ele.
Campos Neto ressaltou ainda estar seguro de que os termos do projeto de lei complementar, “com as alterações que o Congresso venha a promover, irão garantir os necessários mecanismos de blindagem técnica e operacional, oferecendo ao BC autonomia e à UIF uma blindagem ainda maior quanto a eventuais pressões de poderes políticos ou econômicos”.
O presidente do BC explicou ainda que, embora seja ligada à autoridade monetária, a UIF não será um departamento do banco, sendo que o provimento de pessoal de ambos não se confundirá.
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