Bolsonaro diz que queimadas na Amazônia não justificam possíveis sanções internacionais
Mais cedo, Bolsonaro assinou uma autorização preventiva de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite o emprego dos militares para o combate aos incêndios florestais nos Estados da Amazônia legal (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
O presidente 💥️Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que autorizou o emprego de militares na região amazônica para aumentar a fiscalização e atuar no combate às queimadas na floresta, e defendeu que os incêndios não justificam possíveis sanções internacionais.
“Incêndios florestais existem em todo o mundo, e isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais”, disse Bolsonaro em curto pronunciamento em rede de rádio e TV.
Mais cedo, Bolsonaro assinou uma autorização preventiva de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite o emprego dos militares para o combate aos incêndios florestais nos Estados da Amazônia legal. Para entrar em vigor, ela depende que cada governador envolvido apresente um pedido de adesão.
“O emprego extensivo de pessoal e equipamentos das Forças Armadas, auxiliares e outras agências permitirão não apenas combater as atividades ilegais, como também conter o avanço de queimadas na região”, disse o presidente.
Diante da forte reação internacional aos incêndios, Bolsonaro ressaltou que “a proteção da floresta é nosso dever”.
“Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem a nossa Amazônia em risco”, afirmou ele no pronunciamento.
Bolsonaro ainda repetiu seu argumento de que para evitar atividade ilegais na região é preciso dar condições para que a população local possa se desenvolver.
“Para proteger a Amazônia, não bastam operações de fiscalização, comando e controle. É preciso dar oportunidade a toda essa população para que se desenvolva junto com o restante do país”, defendeu.
Na quarta-feira, Bolsonaro disse que ONGs poderiam estar por trás dos incêndios, após a perda de recursos da Alemanha e da Noruega, que cancelaram o repasse de verbas para proteção na região devido à política ambiental do governo. No dia seguinte, ele insistiu em relação às ONGs, dizendo que poderiam estar tentando derrubá-lo.
Após reação das ONGs envolvidas e de líderes de governos estrangeiros, como o presidente francês, Emmanuel Macron, Bolsonaro admitiu que poderia haver envolvimento de fazendeiros nas queimadas e reconheceu que elas eram prejudiciais ao país.
No pronunciamento, Bolsonaro reafirmou estar aberto ao diálogo, mas destacou que isso precisa se dar com respeito à soberania do país.
Em diversas cidades no Brasil e no mundo houve manifestações nesta sexta-feira contra os incêndios na Amazônia. Durante o pronunciamento, houve panelaço em algumas cidades do país.
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