Rival da Nike alerta para ociosidade de fábricas chinesas
Para o setor de roupas esportivas da China, o crescente mercado local pode compensar parcialmente a redução da demanda externa, disse Ding Shui Po (Imagem: Ashley Pon/Bloomberg)
Um quarto da capacidade de produção chinesa usada por marcas globais de roupas esportivas está ociosa, segundo um executivo do setor, refletindo o impacto da guerra comercial, que afasta as maiores fabricantes do segmento do país asiático.
O êxodo tem forçado fábricas a oferecer descontos de 10% para marcas locais, como a Xtep International Holdings, disse o presidente do conselho da empresa, Ding Shui Po, em entrevista à Bloomberg em Hong Kong. A empresa de roupas esportivas, com sede na província de Fujian, no sul do país, é uma das poucas marcas chinesas que competem com gigantes como Nike e Adidas.
“As fábricas estão sob grande pressão”, disse Ding. “Com a política de Trump, essas marcas internacionais estão migrando para o exterior, o que resulta em capacidade de produção ociosa”, disse, referindo-se à campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cobrar tarifas sobre as exportações chinesas para os EUA, a fim de forçar concessões políticas de Pequim.
Para o setor de roupas esportivas da China, com exportações na casa dos US$ 4,7 bilhões, o crescente mercado local pode compensar parcialmente a redução da demanda externa, disse Ding. “Ao mudar para o ’made-in-China’ e ’sold-in-China, as fábricas encurtam os ciclos de produção e isso pode ser bom”, disse.
Vantagem da Xtep
Ding disse que os fabricantes de roupas esportivas locais, como a Xtep, ainda levam vantagem. No início do ano, a Xtep comprou uma empresa dos EUA que trouxe a marca de tênis K-Swiss, as botas Palladium e os sapatos Supra para o portfólio.
A empresa planeja expandir a produção de suas marcas internacionais na China & aproveitando os baixos preços dos fabricantes. “Podemos produzir nessas fábricas chinesas, e é assim que temos uma vantagem”, disse Ding.
Ainda assim, o mercado chinês de vestuário esportivo, que movimenta US$ 40 bilhões por ano, representa menos da metade do setor nos EUA, segundo dados da Euromonitor International. E a maioria dos consumidores chineses ainda prefere marcas globais como Nike, Adidas e Under Armour.
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