Exportações de açúcar da Índia reforçam apostas baixas
Preço da commoditie está próximo do valor mais baixo do ano; oferta excedente de produção indiana agrava situação (Imagem: Paulo Fridman/Bloomberg)
A 💥️Índia tem inundado o mercado global com seu excedente de 💥️açúcar, o que ameaça pressionar ainda mais os preços que já estão no nível mais baixo em quase um ano.
O governo da Índia tem gastado 62,68 bilhões de rupias (US$ 873 milhões) para subsidiar as exportações e reduzir os estoques recordes do país. A medida desagrada produtores no 💥️Brasil e na 💥️Austrália, segundo os quais essa política desvaloriza os preços globais e prejudica agricultores. Enquanto isso, hedge funds apostam na continuidade de baixa dos contratos futuros.
Os subsídios são mais um golpe em um mercado que já enfrenta excesso de oferta. O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, e a desvalorização do real frente ao dólar impulsiona as vendas ao exterior.
Enquanto isso, o crescimento da demanda diminui nos países em desenvolvimento devido às preocupações com a saúde, enquanto ameaças à economia global podem prejudicar ainda mais o consumo. Mesmo com a previsão de queda dos estoques mundiais, a oferta ainda é grande o suficiente para atender o consumo anual da Índia e da União Europeia, os principais consumidores.
“Os estoques globais ainda estão bastante altos e têm estado há vários anos”, disse Darwei Kung, chefe de commodities e gestor de portfólio da DWS Investment Management Americas, que administra US$ 2 bilhões em ativos.
Na semana encerrada em 27 de agosto, os gestores de recursos aumentaram a posição líquida vendida em 10%, para 171.606 contratos de futuros e opções, segundo dados da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities dos EUA divulgados na sexta-feira. O número, que mede a diferença entre apostas na valorização dos preços e no declínio, é o mais baixista desde maio.
Considerando apenas as posições vendidas líquidas, houve aumento pela quarta semana consecutiva.
A Índia não é o único produtor que contribui para o aumento da oferta global. Graças ao novo acordo comercial firmado entre EUA e México, o país latino-americano deve vender mais açúcar para outros países, já que a quantidade do adoçante que pode ser exportada para o mercado americano foi reduzida.
Ainda assim, investidores que apostam na alta podem ter alguma esperança. No Brasil, mais cana-de-açúcar está sendo usada para produzir etanol, o que poderia diminuir a produção do adoçante.
O clima adverso também poderia afetar a colheita em outras regiões, e analistas do Citigroup e Rabobank International projetam que o mercado acabará registrando déficit.
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