Presidente da EuroChem prefere foco em fertilizantes básicos
“Não vejo muitas razões para focar em produtos especiais quando temos tantas oportunidades de crescer onde já somos muito bons”, disse o presidente da empresa (Imagem: Andrey Rudakov/Bloomberg)
O novo presidente da EuroChem, a fabricante de fertilizantes controlada pelo bilionário russo Andrey Melnichenko, acredita que nutrientes tradicionais, e não produtos especiais, são o melhor canal para aumentar a participação de mercado da empresa.
Há três anos, Melnichenko detalhou planos para transformar a EuroChem, uma empresa de capital fechado, em uma das poucas fabricantes de nutrientes especiais que usam microorganismos e bactérias para personalizar produtos para agricultores. Agora, Petter Ostbo, que assumiu a presidência em fevereiro depois de oito anos na maior rival da EuroChem, a Yara International, tem outras ideias.
“Não vejo muitas razões para focar em produtos especiais quando temos tantas oportunidades de crescer onde já somos muito bons”, disse Ostbo durante entrevista em Moscou. O executivo foi diretor financeiro da Yara, número 2 no mercado global de fertilizantes. Embora o plano seja se concentrar em seu principal negócio, a empresa pretende oferecer alguns produtos avançados, disse o norueguês de 40 anos.
A EuroChem é uma das três empresas do mundo que produzem os três principais tipos de fertilizantes & potássio, fosfato e nitrogênio & e agora é a quinta maior produtora. Ainda assim, sua participação de mercado em cada grupo de nutrientes é de apenas “um dígito”, motivo pelo qual é melhor expandir o negócio principal, disse Ostbo.
“Isso faz todo sentido”, disse Elena Sakhnova, analista da VTB Capital, em entrevista por telefone. “O setor de fertilizantes especiais é pequeno, enquanto a EuroChem tem baixos custos de produção em fertilizantes básicos e pode se beneficiar disso.”
O foco no negócio principal surge quando produtores parecem prontos para abrir minas ou expandir a capacidade para atender à crescente demanda dos agricultores. A EuroChem abriu uma mina de potássio na Rússia no ano passado e planeja abrir outra em 2023. A empresa acabou de inaugurar uma fábrica de amônia, orçada em US$ 1 bilhão, em Kingisepp, na Rússia, e avalia uma segunda unidade na mesma área.
A empresa também construiu três fábricas no Brasil no ano passado, ajudando suas vendas na América Latina quase a igualar às da Rússia no primeiro semestre.
“A EuroChem é uma empresa de baixo custo em uma região de baixo custo”, disse Ostbo. “Podemos nos dar ao luxo de construir novas fábricas.”
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